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Com a chegada do inverno e consequentemente o frio intenso em Barroso nesta época do ano, os olhares se voltam para os moradores de rua, que parecem aumentar neste período. E é justamente nesta época que a reportagem do Barroso EM DIA recebe inúmeras fotos e depoimentos de barrosenses que solidarizam com a causa.

“Outro dia ali na rodoviária comprei um lanche para um casal que dormia no chão”, conta uma leitora que enviou fotos e cobrou das autoridades uma posição. Já uma outra barrosense usou as redes sociais para criticar os responsáveis e cobrar uma postura da Assistência Social de Barroso.

Diante do problema, a reportagem do Barroso EM DIA entrou em contato com a Secretária de Assistência Social, Ariane Figueiredo, para saber quais as providências estão sendo tomadas com relação a estes moradores de rua.

A mesma garantiu que há sim uma ação, busca ativa, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), com relação ao problema que ainda, segundo ela, é muito complexo.

E de fato, não é de hoje, é um verdadeiro dilema! Em 2014 muitos se lembram do morador de rua que vivia debaixo da Ponte do Rosário e foi descoberto pela reportagem do Barroso EM DIA em condições precárias. Relembre aqui

“Este casal, por exemplo, tem residência fixa em Barbacena. Já levamos eles umas duas, três vezes até a cidade vizinha, mas eles dizem gostar de morar na rua em Barroso”, conta a Secretaria que também fala do direito de ir e vir do cidadão. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) também já está, de acordo com Ariane, atuando. “Já tivemos lá, providenciamos Bolsa Família, emissão de documentos, enfim, há um acompanhamento destas pessoas”, diz. “Já os que são de fora estamos tentando contato com outros Creas para mobilizarem os familiares. Na Praça do Forninho, outro exemplo, são pessoas que tem moradia na cidade e dizem gostar de ficar lá até mais tarde”, explica.

O CREAS está tendo também o apoio do Consultório de Rua de Barbacena, que está auxiliando os profissionais barrosenses neste trabalho de socialização com os moradores de rua, que muitas das vezes, apesar deste apoio, preferem ficar ali, ou seja, na rua, no frio.

Para tentar amenizar o problema Ariane explica que existem vários trabalhos sociais para integração destas pessoas e famílias à sociedade. “Entre eles tem a Horta Urbana, projeto com apoio da Emater onde algumas dessas pessoas já estão cadastradas”, diz a Secretária que relata também que não é um trabalho fácil, mas é um trabalho contínuo e social.

NÚMEROS

Uma pesquisa publicada pelo Ipea com base em dados de 2015 projetou que o Brasil tem pouco mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas. O Texto para Discussão Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil aponta que os grandes municípios abrigavam, naquele ano, a maior parte dessa população. Das 101.854 pessoas em situação de rua, 40,1% estavam em municípios com mais de 900 mil habitantes e 77,02% habitavam municípios com mais de 100 mil pessoas. Já nos municípios menores, com até 10 mil habitantes, a porcentagem era bem menor: apenas 6,63%.

Políticas Públicas. O estudo alerta também para a necessidade de a população que vive nas ruas ser incorporada ao Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e, assim, obter acesso à transferência de renda e habitação, por exemplo. Apenas 47,1% da população de rua estimada estava cadastrada em 2015.

“A ampliação da cobertura do cadastro nesse segmento populacional permitiria, para além do acesso desse público aos programas sociais, a realização de estudo de perfil dessa população com base nos dados do cadastro”, concluiu o pesquisador Marco Antônio Carvalho.

 

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