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A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o vício em jogos como um dos problemas de saúde mental listados na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID). Em janeiro deste ano, a medida já havia sido divulgada, mas faltava a publicação oficial. A OMS considera a dependência de jogos um padrão de comportamento persistente ou recorrente, que pode ser tão grave a ponto de se tornar prioridade diante de outras atividades do cotidiano.

De acordo com o psiquiatra Daniel Spritzer, coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas (Geat) e um dos elaboradores do documento, há três sinais que caracterizam o distúrbio. “Quando o indivíduo não tem controle sobre a frequência, a intensidade e a duração da atividade; quando ele a prioriza, deixando de lado responsabilidades ou compromissos; e/ou quando mantém ou aumenta o ritmo, mesmo que já tenha percebido os prejuízos causados”, diz.

Outros transtornos servem de gatilho para desencadear vício

A adição em jogos online ou offline pode estar relacionada a outros distúrbios de saúde mental, de acordo com o psicólogo Wesley Carneiro. “Depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e outros tipos podem contribuir, porque os jogos servem, muitas vezes, como fuga dessa realidade”, afirma.

O especialista enfatiza a importância de se identificarem, o quanto antes, esses gatilhos. “Se conseguimos determinar algum desses transtornos, nós vamos tratá-lo de imediato. Isso vai permitir que a dependência de jogos até desapareça por conta própria, sem necessidade de outras intervenções”, diz.

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