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Desde carro de som até escapamento de motos, ninguém aguenta mais.

Esta difícil encontrar um cidadão barrosense que não reclame da poluição sonora que a cidade vem encontrando nos últimos meses. Se o problema já existia, ele se agravou nos últimos tempos. Seja no centro ou nos bairros da cidade, é muito comum encontrar pessoas que não suportam mais tanta falta de educação.

A verdade é que o município se transformou em uma guerra de sons que causa diariamente a perturbação do sossego. Pelo menos é o que garante a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que definiu índices de poluição sonora aceitáveis. Em zonas residenciais urbanas, o limite é de 55 decibéis – unidade de medida do som – de dia e 50 à noite. Em centros de cidades, o limite é 65 de dia e 60 à noite. Em áreas industriais, 70 db de dia e 65 à noite.

“Não tenho o decibelímetro aqui – aparelho que capta a medição sonora – mas é notório que os carros de som com propagandas, músicas e motores de motos ultrapassam estes volumes”, diz Giovane de Melo, morador da Rua Joaquim Ferreira, no centro da cidade. De acordo com Giovane, que mora na Rua há mais de 40 anos, o local sempre foi muito barulhento, mas nos últimos anos o problema tem se agravado. “Como é uma rua estreita, nós aqui sofremos com a propagação do som, seja de dia, de noite, enfim, é insuportável o barulho que notoriamente ultrapassa dos limites permitidos por lei”, conclui Giovane.

E as reclamações não se limitam ao centro da cidade e à Rua Joaquim Ferreira. Seja na Avenida Genésio Graçano, Francisco de Paula Souza ou Minas Gerais, o barulho é o mesmo. “Aqui a briga dos motociclistas é pra ver quem faz mais barulho com o “motor aberto” escapamento -, acelerando o mais forte possível”, diz uma moradora que prefere não se identificar. “É um absurdo. É como se não existissem autoridades na cidade. Eles passam mais de cinco vezes por final de semana e ainda ficam rindo de nós moradores”, conta a entrevistada que está à procura de uma residência em local mais tranquilo.

“Todo mundo falava mal de um certo policial na nossa cidade, mas na época dele não existia essa perturbação do sossego, essa falta de educação e essa sensação de que é uma cidade sem lei”, relata a moradora. Outro questionamento que chegou através de mensagens de WhatsApp é com relação aos carros de som com propagandas, principalmente dos novos supermercados. “Vocês já perceberam que estes novos supermercados travam uma luta de som mais alto na cidade? Eles ficam apostando quem coloca o som mais alto com a propaganda! Isso é desumano, seja com os idosos, com os recém nascidos e com os animais de estimação”, relata em mensagem no WhatsApp do barrosoemdia – 9-9199-1595 – um leitor que assina Clésio.

POLÍCIA MILITAR

Questionado sobre a perturbação do sossego, o novo Tenente da cidade, Gabriel Nascimento, que acabou de assumir o posto no município, relatou que este é um problema existente em várias cidades e que a PM está ciente e atenta a essa situação. “Hoje a gente tem uma autuação que é quando se altera a característica do veículo, ou seja, quando o cidadão troca algum item da motocicleta que tem relação para alterar o barulho, o escapamento, autuação que fazemos em nossas blitzes, e, também, quando o som do carro, a música que está tocando no veículo passa a ser ouvida do lado de fora. São duas situações que estamos sempre autuando, fazendo multas”, conta Nascimento que já tem uma grande experiência do assunto por ter traba-lhado em muitas cidades.

“A gente sabe que este é um desejo da população e aproveito aqui para reafirmar que todos podem contar com a Polícia Militar porque vamos combater essa situação”, diz o Tenente que chega com uma postura de combate a sons de carros e barulhos de escapamentos. Conduzir o veículo com característica alterada é passível de multa grave e perda de cinco pontos na carteira de habilitação.

Já com relação ao som automotivo, audível do lado de fora do carro, também é multa grave com perda de cinco pontos. “Essas multas já foram aplicadas em Barroso e nós continuaremos aplicando se houver a infração. Vamos continuar nossa fiscalização e combater essa perturbação do sossego”, declara o Tenente que lembra que nessas duas situações, barulhos de escapamentos e sons de carros, não é necessário o uso do decibelímetro, pois é audível e não cabe medição do som.

PREFEITURA

Já a Prefeitura de Barroso informou que as questões relativas à poluição sonora são tratadas pelo Código de Posturas do Município que regula todas as situações envolvendo sons e ruídos. “A prefeitura possui um órgão fiscalizador – Fiscal de Posturas – que recebe as denúncias de perturbação sonora e sossego e após verificação aplica as devidas punições cabíveis. No Artigo 110 lê-se: “A emissão de sons e ruídos em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais, religiosas, culturais e esportivas, inclusive as de propaganda, obedecerá, no interesse da saúde, da segurança, do sossego e aos padrões e critérios determinados neste Código”.

1 comentário

  1. Tem que ser incluído nestas manifestações, os veículos de propaganda com som excessivo e além disso, muitas vezes atrapalham o fluir do trânsito.

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