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Era uma vez um “homem de meia idade”. Cheio de si, família constituída, profissão formal e vivia tranquilo. Era apenas mais uma tarde de sexta-feira, quando, inadvertidamente, em uma loja, encontrou um amigo com quem conversou, mas notou que estava um pouco debilitado. Reclamava dor de cabeça e no estômago. Disse que algo tinha lhe feito mal. Despediram-se.

Fim de semana normal, nosso “homem de meia idade” ficou com sua família em sua casa. Comeu, bebeu, viu televisão, conversou com os seus, dormiu. Segunda, dia de trabalho normal, mas algo estava diferente. Lembrou-se do amigo que havia encontrado na sexta-feira…

No início do trabalho, sentiu sua cabeça pesada. Uma dor de cabeça incessante tomou-lhe. Já no meio do dia, não parava de tossir. A dor de cabeça aumentava. Diferentemente do habitual, deixou seu trabalho mais cedo. Avisou que não tinha mais condições de trabalhar naquele dia. E recolheu-se em sua casa.

Noite terrível. Dor de cabeça, tosse, diarreia, medo, pânico… “Será que fui tocado pelo COVID-19”, perguntou-se. Não dormiu aquela noite. Afastou-se dos seus, recluso em seu quarto.

No dia seguinte, conversou com amigos médicos e, sem exceção, disseram que era COVID. Começou a se medicar com analgésicos e aquilo que a medicina, até então, conhecia. Na quarta, quando as dores no corpo eram gigantescas, teve a confirmação após o exame: era COVID-19.

Não é a gravidade da doença que lhe apavorava, mas a consequências que ainda não se conhecia. A falta de tratamento eficaz era uma marca do referido mal. As dores aumentavam. O mal-estar não passava. Sua mulher, médica, cuidava como podia, mas, por obra do destino, mesmo vacinada, também foi acometida pela doença.

Os dias passavam e a doença só agravava. Foi necessário ser colocado no oxigênio. A febre o levava quase ao delírio. Não dormia à noite. Na televisão, apenas notícias ruins. Pessoas famosas e desconhecidas; ricas e pobres; novos e velhos; todos estavam sendo tocados pela doença e, em muitos casos, levados por ela.

Logo ele, tão senhor de si e que sempre calculava bem suas atitudes, estava ali, sendo vencido pela doença. Nada podia fazer, a não ser confiar nos médicos que o acompanhavam, ainda em sua casa, e esperar que não viesse o pior.

Veio o fim de semana. Na manha de domingo, sentiu-se melhor e pensou: “sarei”. Ledo engano. Algumas horas depois, a doença piorou. Os sintomas ficaram ainda piores. Não tinha mais a confiança de antes e pensava no pior. A situação se agravou na segunda e na terça. Durante a madrugada de quarta, acompanhou na televisão a notícia da morte do ator Paulo Gustavo. E pensou no pior. Chorou. Não se conteve, e pediu para ser levado para a “cidade grande”, onde poderia ser internado e, quem sabe, ter um tratamento melhor.

Na quarta pela manhã, entrou em um carro, dirigido por sua esposa, com balão de oxigênio, em uma viagem que parecia não ter fim. Nunca tinha sido tão difícil e cansativo chegar naquela cidade. Mas antes de sair, viu seu velho pai, vencedor de tantas batalhas contra doenças diversas, chorando e se despedindo. Viu seus filhos chorando e pediu a Deus que não fosse a última vez que os visse. Chorou copiosamente. Pensou que não mais voltaria à sua casa.

Mas, por obra do destino, foi tratado na cidade grande por excelentes profissionais e pelo maior dos médicos, Jesus, que lhe deu força para renascer. E renasceu. Conseguiu voltar para casa em alguns dias, onde pôde, novamente abraçar seus filhos e pais. Pôde retomar sua vida e, em pouco tempo, estava restabelecido. Renasceu para a vida. Renasceu para os seus. E ainda existem aqueles que duvidem, até hoje, da doença e seus malefícios.

Peço licença aos leitores, nesta época tão especial, para contar estar história. Essa é a minha história, vivida entre os meses de abril e maio de 2021. Que sirva de exemplo para todos. E aproveito para agradecer aos meus “anjos da guarda”: minha doce Fabrizia, minha querida irmã Giordana e meus fraternos irmãos Carlos Magno e Bruno.

Que todos tenham um santo Natal, mas lembrando-se sempre do “novo normal”. Use máscara.

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