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O Natal já é neste sábado (25) e milhões de pessoas já se preparam para uma das celebrações mais tradicionais em todo o mundo. Mas, em algumas culturas, a data não é comemorada pelo fato de ser um feriado cristão.

É o caso dos judeus, por exemplo. Em Belo Horizonte, a história da comunidade judaica está entrelaçada com a da própria cidade. De acordo com a Confederação Israelita do Brasil, aproximadamente 800 famílias – cerca de 4 mil pessoas –  vivem em Minas Gerais, a grande maioria na capital.

Muitas pessoas acham que a Festa das Luzes ou Hanukkah, comemorada neste ano entre os dias 28 de novembro e 6 de dezembro, é equivalente ao Natal. Mas o rabino Lucca Myara, da Congregação Israelita Mineira, contou ao Hoje em Dia que não há relação entre as duas celebrações, além da proximidade no calendário.

“O Hanukkah comemora a retomada da soberania dos judeus diante a reinauguração do templo de Jerusalém que foi profanado pelos gregos. A Festa das Luzes, presente em diversas culturas, tem alguma semelhança com o período em que é realizada, quando as noites começam a ficar mais curtas e os dias mais longos,além, é claro, da tradição de compartilhar as luzes, que nós podemos relacionar com as luzes do Natal”, explicou o rabino.

Conforme Myara, apesar de ser um dia comum, neste ano a véspera de Natal, cai em uma sexta-feira, dia do Shabat Shalom, o sábado de paz. “É um dia de reclusão, em os judeus se dedicam à família.  “O Natal é uma comemoração cristã, então as outras religiões não a comemoram. É diferente, por exemplo, do Dia de Ação de Graças, dos Estados Unidos, que é um feriado laico para agradecer e que é celebrado pelos judeus”.

Budismo

Na tradição budista, os adeptos da religião e da filosofia oriental comemoram o Natal de uma maneira diferente. Segundo a monja Ro San, colaboradora do Templo Pico de Raios, na cidade histórica de Ouro Preto, as pessoas celebram o nascimento da palavra de Jesus e do início do seu principal ensinamento: o amor ao próximo.

“Em uma sociedade cristã, mesmo quem não segue a tradição do ponto de vista ritualístico é convidado a trazer para a vida cotidiana a mensagem de Jesus Cristo de amar ao próximo, como amas a si mesmo. Então, pensar na celebração do Natal para quem está na prática budista é pensar neste dia no próprio nascimento da mensagem, o amor em nossos corações”, explica.

O templo Pico de Raios, em que Ro San tem morado nos últimos três meses, está localizado no Morro de São Sebastião, na parte mais alta de Ouro Preto, na região Central de Minas. Durante o Natal, o local recebe as pessoas para uma cerimônia diferente da tradicional. Os visitantes são convidados a meditar e fazer orações. Este ano, o espaço estará fechado para visitação.

Além de contemplar o surgimento do ensinamento do líder do cristianismo, no fim de ano, quando as chuvas começam, a monja aproveita para fazer o plantio de mudas em áreas queimadas. Para ela, o ritual pode ser considerado uma analogia para o significado do Natal cristão, de nascimento, paz e amor.

Informações: Hoje em Dia

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