Por cerca de três meses, equipes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irão às ruas de todo o Brasil para realizar o Censo Demográfico de 2022. O estudo estatístico, que acontece a cada dez anos, estava previsto inicialmente para 2020, mas foi adiado por causa da pandemia de Covid-19 e da falta de recursos para a pesquisa.
A operação está prevista para começar em 1º de agosto e terminar apenas em dezembro. No entanto, é esperado que haja mais tempo disponível para a coleta em algumas regiões, devido a dificuldades de acesso e contratempos.
Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico é a principal fonte de referência para que se conheça as condições de vida da população. Como o último foi realizado em 2010, governos e prefeituras têm utilizado modelos matemáticos com a estimativa do número real da população para gerir recursos, administrar verbas e planejar políticas públicas.
O Censo 2022 visitará aproximadamente 89 milhões de endereços, sendo 75 milhões de domicílios, onde moram cerca de 215 milhões de habitantes, nos 5.568 municípios do país – além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha.
Quando foi o último censo do IBGE?
O último Censo do IBGE foi feito em 2010. O Censo 2022 seria realizado em 2020, mas devido à pandemia de Covid-19 e às medidas sanitárias para conter o avanço da transmissão do vírus, foi adiado para o ano seguinte. Em 2021, também não ocorreu, desta vez por falta de recursos.
O Orçamento 2021, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, não previu verbas destinadas à realização da pesquisa – a direção do IBGE considerava ideal o valor de R$ 3,4 bilhões.
O que mudou do censo de 2010 para 2022?
Os questionários a serem respondidos ficaram menores e três novas questões foram incluídas para detalhar informações sobre a população quilombola e sobre pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Quais as diferenças entre os dois tipos de questionário do Censo de 2022?
No Censo 2022, haverá dois tipos de questionários: o ampliado (amostra) com 77 perguntas, que será aplicado em 11% dos domicílios do país; e o questionário simplificado (básico) com 26 perguntas, que será aplicado em 89% dos domicílios. Todas as perguntas do básico também estão contidas no questionário de amostra. A média do tempo de resposta para os questionários varia entre 5 e 15 minutos, aproximadamente.
A seleção dos domicílios para o questionário da amostra é feita automatica e aleatoriamente pelo sistema do IBGE. Esses domicílios representam o que é chamado de fração amostral, cujo cálculo garante a qualidade e confiabilidade das informações levantadas. Por exemplo, a fração amostral é inversamente proporcional ao porte do município – quanto menor a população, maior a fração amostral.
É obrigatório responder ao censo e/ou atender um recenseador do IBGE?
Sim, de acordo com a Lei do Sigilo Estatístico, de 1967. Todos que residem no Brasil são obrigados a prestar as informações solicitadas pela Fundação IBGE, sob pena de multa.
A lei também garante que os dados individuais de uma pessoa ou domicílio jamais sejam divulgados ou repassados pelo IBGE a terceiros. A coleta dos dados tem por único objetivo a produção de estatísticas oficiais.
Como identificar os recenseadores do IBGE?
Segundo cartilha divulgada pelo IBGE, todos os recenseadores devem estar uniformizados e utilizando os equipamentos necessários para o levantamento dos dados. É possível identificar os recenseadores do IBGE a partir dos seguintes parâmetros:
- Boné azul com logo do Censo;
- Colete do IBGE;
- Crachá de identificação, que pode ser confirmada através do QR Code;
- Dispositivo Móvel de Coleta (DMC).
Via Portal Terra