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Ameaçado de perder o mandato, o vereador Jorginho Hannas (sem partido) apresentou, no último dia 12, um pedido de renúncia à Câmara Municipal de São João del Rei, na região Central de Minas Gerais. No entanto, uma portaria interna da Casa impede que a renúncia seja aceita antes da conclusão do processo de cassação – que será julgado em plenário no dia 3 de março. 

O pedido de cassação foi feito após denúncias de que o vereador – que é filho do vice-prefeito da cidade, Jorge Hannas – teria utilizado dinheiro público para a compra de passagens aéreas. Segundo a relatora da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, vereadora Lívia Guimarães (PT), Jorginho teria recebido cerca de R$ 8.000 em verbas indenizatórias a título de ressarcimento por viagens feitas a Brasília.

No entanto, antes mesmo da abertura do processo de investigação, o vereador teria devolvido à Câmara o dinheiro. “Inicialmente, ele disse que o gabinete prestou contas de forma equivocada e que, na verdade, ele não foi às viagens, recebeu o ressarcimento pelas passagens e não havia percebido”, afirmou a relatora.

Foto: Mais Vertentes

Mas, ainda segundo Lívia, durante o processo, o parlamentar teria mudado a versão. “Ele mudou de advogado e passou a alegar que, na verdade, os documentos que estavam na secretaria da Câmara tinham sido falsificados”, disse. Porém, ela afirma que o vereador se negou a fornecer material grafotécnico para que a Casa solicitasse uma perícia junto à Polícia Civil que poderia atestar ou não a autenticidade do documento.

Apesar de o pedido de renúncia ao cargo ainda não ter sido aceito, a solicitação foi lida em plenário na última semana. Jorginho Hannas não tem comparecido mais às sessões. “Ele consta como faltoso”, declara a relatora do processo de cassação contra o parlamentar.

Questionado sobre as denúncias, Jorginho garante ser alvo de perseguição de adversários políticos. “Isso é coisa da oposição, foi arquitetado por três vereadores opositores. O que houve, na verdade, é que alteraram a minha pasta na prestação de contas e incluíram documentos falsos de viagens a Brasília, documentos que eu não reconheço”, afirma o parlamentar.

Já em relação ao pedido de renúncia, o vereador alega que o fez para lançar candidatura à Câmara Municipal de Belo Horizonte. “Sou nascido em São João del Rei, mas morei 14 anos na capital mineira e acompanho muito a política aqui. Acho que a Câmara de Belo Horizonte precisa de uma renovação, especialmente após a cidade viver pela primeira vez dois processos de cassação”, declarou o parlamentar.

Jorginho disse ainda que voltou à cidade histórica em 2016 para ser candidato ao Legislativo municipal e se orgulha das ações feitas em sua cidade natal. “Fiz um trabalho bacana em São João e estou deixando uma reeleição certa, porque acredito que tenho muito a contribuir com a capital”, afirmou Jorginho.

Atualmente sem partido, o vereador disse que está em conversa com várias legendas para sua filiação e possível candidatura em Belo Horizonte. No entanto, isso só deve acontecer após o julgamento do pedido de cassação, pois, dependendo do resultado, ele pode ficar impedido de concorrer no próximo pleito. 

Se for absolvido e o pedido de renúncia, aceito, Jorginho terá até o dia 3 de abril para transferir seu domicílio eleitoral para a capital mineira e, então, concorrer à Câmara da capital mineira.

Com informações do jornal O Tempo

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