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Na semana em que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente – 5 de junho – a reportagem do Barroso EM DIA traz uma matéria que aborda o drama de famílias do Cantagalo que são vizinhas à pedreira da Fábrica de Cimento de Barroso e lutam na justiça contra os possíveis danos causados pela LafargeHolcim.

Pelo menos cinco moradores do bairro da Praia, região do conhecido Cantagalo, estão movendo ação judicial desde 2017 contra a Unidade Barroso. Os cidadãos alegam na justiça que a empresa cometeu dano ambiental na região e pedem indenizações por danos materiais, morais e ambientais.

De acordo com os processos, os moradores denunciam o desaparecimento de mananciais de água potável que os abasteciam na mesma região em que a empresa tem uma mina de extração mineral de calcário. Segundo o advogado dos moradores, os barrosenses alertaram a empresa, supostamente responsável pelo dano ambiental, sobre o desaparecimento das águas e não restou outra alternativa a não ser a de acionar a justiça.

“Nada fizeram. Não passaram nem mesmo a monitorar as reservas de água da região deixando à mercê os coitados moradores. (…) Diante do desespero pelo total escoamento das águas nos terrenos dos moradores, tendo até mesmo alguns deixado o local em busca de recurso, no caso água, e mais, fazendo com que vivessem constrangimentos, humilhações de todas as formas, tendo que socorrer de alguma maneira para sobrevivência da família,” diz a defesa que justifica ainda que “houve também uma substancial desvalorização das terras atingidas pelo infortúnio”.

Em contato com Vivaldo Ferreira da Silva, 73, carpinteiro, o mesmo declarou que passou a vida ali, no chamado Buraco da Rainha, no Sítio do Cantagalo, Zona Rural de Barroso. “Criei aqui meus sete filhos e vivo até hoje aqui, onde tenho o prazer de receber meus netos”, declara Vivaldo que já chegou a construir três postos artesianos para enfrentar a falta de água na localidade. “Já cheguei a ter aqui três tanques de peixes. Meu terreno é pequeno, mas enfrento já há algum tempo a falta de água no nosso terreno que, em comparação a outros, é pequeno”, diz ele que relata também que chegou a ter uma cisterna por mais de 50 anos.

“Muita gente aqui está passando pelo mesmo problema. Aprofundaram demais lá na Pedreira e a água acabou ficando escassa aqui. Às vezes temos que fazer controle para não faltar água para as necessidades básicas”, relata.

Em nenhum dos cinco processos houve acordo entre os moradores e a empresa até o momento. Os processos estão na fase de produção de provas. Se for condenada, a empresa pode ter que indenizar os moradores.

LAFARGEHOLCIM

A reportagem do Barroso EM DIA entrou em contato com a cimenteira, que realiza a extração de calcário na região do Bairro da Praia, onde mantém a chamada e tradicional Pedreira da Praia. A empresa franco-suíça emitiu uma nota sobre o assunto. Confira:

“A LafargeHolcim informa que todas as atividades desenvolvidas na sua fábrica em Barroso e na Mina Capoeira Grande, no bairro da Praia, estão devidamente licenciadas e autorizadas pelo órgão ambiental competente. Além disso, importante complementar que a LafargeHolcim também se preocupa com a escassez dos recursos naturais e por isso investe em materiais e processos de fabricação que sejam mais sustentáveis e eficientes.”

Nota enviada na última semana, via e-mail, pela Assessoria de Imprensa da empresa.

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