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A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investiga 12 pacientes suspeitos de reinfecção por Covid-19 em sete cidades da Zona da Mata. No Campo das Vertentes, não há nenhum em apuração. Além disso, outros 10 exames deram inconclusivos nas duas regiões.

Veja mais abaixo o que se sabe sobre reinfecção pelo coronavírus.

De acordo com os dados, o município de Leopoldina tem três notificações em apuração. Já Chácara, Cataguases e Muriaé, dois; Goianá, Juiz de Fora e Ubá, um.

Confira abaixo a tabela completa com informações na Zona da Mata e Vertentes:

Casos de reinfecção nas regiões

Municípios Em investigação Inconclusivo
Barbacena 2
Cipotânea 1
Chácara 2
Goianá 1 1
Juiz de Fora 1
Rio Preto 1
Santana do Deserto 1
Além Paraíba 1
Cataguases 2
Leopoldina 3
Viçosa 1
Muriaé 2
Ubá 1 2
Total 12 10

No mundo, o primeiro caso de reinfecção foi confirmado em agosto em 2020, por pesquisadores de Hong Kong. Já no Brasil, ocorreu em 9 de dezembro do mesmo ano no Rio Grande do Norte.

Estado

De acordo com a SES-MG, já foram 275 casos notificados de reinfecção desde o início da pandemia em Minas Gerais, sendo que dois já foram descartados, um confirmado em Sabará e 140 foram considerados inconclusivos “devido à falta de dados que permitissem a investigação”. Os outros 132 são os que seguem em apuração.

Como os casos são investigados em MG?

As investigações de reinfecção são realizadas por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.

Pelo protocolo, a SES-MG considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.

 Veja abaixo os tópicos:

1 – O que é a reinfecção?

A reinfecção acontece quando a pessoa se recupera da Covid-19 e tempos depois ela adoece novamente. Para confirmar a recontaminação, é preciso provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. O código genético é como se fosse uma impressão digital do vírus.

“Você só pode considerar de fato reinfecção quando você tem o sequenciamento das amostras dos dois vírus da infecção”, diz a epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, Denise Garrett.

2 – O que define um caso de reinfecção?

No fim de outubro, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com regras para a definição de casos suspeitos de reinfecção. Para que isso seja caracterizado, o indivíduo precisará de dois resultados positivos de RT-PCR, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios, independentemente da condição clínica. O outro ponto é a conservação adequada das amostras.

“A reinfecção por cepas homólogas é uma possibilidade, mas no atual cenário, e em virtude do conhecimento de que o SARS-CoV-2 pode provocar eventualmente infecções por períodos prolongados de alguns meses, faz-se necessário determinar critérios de confirmação, como sequenciamento genômico, para comprovação de que se tratam de infecções em episódios diversos, por cepas virais diferentes”, diz a nota.

3 – A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?

Denise Garrett diz que os casos de reinfecção já eram conhecidos entre pacientes infectados por outros coronavírus comuns. Vírus que causam infecções das vias respiratórias, como a Covid-19, podem ocorrer duas ou mais vezes.

4 – Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?

A imunologista e professora da Faculdade de Medicina e do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, explica que o teste RT-PCR (teste que coleta o material da garganta e do nariz do paciente com um cotonete) positivo duas vezes não indica a reinfecção.

“Nós sabemos que reinfecção acontece, mas a ciência não conseguiu definir com qual frequência ela acontece. Os estudos usam métodos complexos para comprovar a reinfecção. É preciso sequenciar os vírus e eles precisam ser de cepas diferentes” – Ester Sabino, imunologista

Confirmar reinfecções acaba sendo difícil porque, na maioria das vezes, os cientistas não sabem o código genético do vírus que contaminou a pessoa pela primeira vez, para, então, compará-lo com o código do segundo vírus.

“Para provar a reinfecção precisamos sequenciar o genoma do vírus. Esse teste é complicado, especializado. Por isso, é raro conseguir provar que é uma reinfecção”, explica Garrett.

“É difícil separar os casos de pessoas que ficam com o PCR positivo prolongado, de pessoas que ficaram com o vírus e ele reapareceu, ou se realmente a pessoa pegou de novo”, completa Sabino.

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