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Com o avanço exponencial do novo coronavírus, a recomendação é clara e permanece: fiquem em casa. Há aqueles que estão em isolamento ao lado do parceiro e outros que  tiveram que se manter separados, enfrentando dificuldades para se verem em meio à pandemia.

Para esses casais que estão juntos, seria uma nova lua de mel? Ou um grande problema? O momento é de angústia e o desafio é encontrar o equilíbrio para manter um relacionamento saudável. 

Os problemas apontados pelos casais é vivenciado por muitos outros – se não for a grande maioria absoluta – que também se adaptam com essa nova rotina. O professor do departamento de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Cláudio Paixão explica: “Gosto de comparar o isolamento social com um reality show como, por exemplo, Big Brother Brasil, onde pessoas são obrigadas a conviver em ambiente restrito. A tendência, como acontece nos realyties, é tentar evitar que as situações se agravem. É como criar uma espécie de programa onde colocamos muitos ratinhos em uma mesma gaiola. Assim, começa a disputa por espaço”. Portanto, a hiperconvivência gera alguns conflitos e a regra número um é: estabelecer o espaço próprio e o espaço do outro. “Quando os espaços se chocam, isso é agravado”, completa. 

É muito importante propor atividades para serem feitas juntas, assim como não se ofender com essa delimitação de espaço. “Primeiro, não se sinta ofendido da outra pessoa querer ficar sozinha. Segundo, que a outra não se sinta ofendida ou temerosa com a sua presença e não consiga te dizer ‘eu preciso um pouco de privacidade’”, esclarece. É importante identificar a demanda do outro, se colocar no lugar do outro, ficar atento ao que o outro se incomoda e, claro, dialogar. “Pergunte a ele: ‘está tudo bem?’, ‘está de boa com isso?’, ‘está incomodado?’ e ‘o que eu posso fazer para melhorar?’”, disse. 

Apesar de parecer difícil encontrar o equilíbrio, a hiperconvivência também pode trazer vantagens para a relação. Isso porque, de acordo com o especialista, a hiperconvencia exige um acordo ou um contrato psicológico. E alguns casais, talvez pela primeira vez, sejam confrontados com a necessidade de estabelecer isso. “Às vezes, estão casadas há anos e não tiveram a oportunidade  de viver em um espaço cotidiano durante tanto tempo sem intervenção sem elementos externos. E isso é importante”, pontua. 

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