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Os resultados que saíram das urnas no segundo turno derrubaram algumas máximas das eleições no país. Uma delas é que o candidato que tem maior tempo na TV leva vantagem na disputa e tem mais chance de ser eleito. Outro mito que ruiu – e esse desabou em Minas – é que os prefeitos são os grandes cabos eleitorais dos candidatos ao governo do estado e que o apoio deles é meio caminho andado para uma vitória. Não foi o que se viu no estado.

O tucano Antonio Anastasia passou boa parte da campanha destacando que a maioria dos prefeitos mineiros apoiava a sua candidatura. Ainda no primeiro turno, ele chegou a calcular o tamanho dessa sustentação. “Estimo que dos 853 prefeitos de Minas Gerais, devemos ter pelo menos hoje o apoio de 600. Temos apoio expressivo de prefeitos que estão contrários ao governo do estado”, disse em um encontro com lideranças da Zona da Mata, em 22 de agosto.

Apesar da afinidade entre Anastasia e os chefes de executivo municipais, Romeu Zema ‘atropelou’ o candidato do PSDB e os prefeitos na eleição. Dos 853 municípios mineiros, ele venceu em nada menos que 832, ficando com 71,8% dos votos contra 28,2% do tucano no segundo turno. Em algumas cidades das regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, o empresário venceu com mais de 90% dos votos. Ele também foi vitorioso nos oito maiores colégios eleitorais do estado, incluindo a capital.

Em Barroso, por exemplo, onde o prefeito Reinaldo Fonseca (PSDB) é do mesmo partido de Anastasia, a vitória do segundo turno foi esmagadora; entre os 13 mil e 480 eleitores, 6.862 pessoas votaram em Zema (70,11%). Anastasia ficou com apenas 2 mil 746 votos (21,71%). 

As dificuldades financeiras das prefeituras, agravadas com os atrasos nos repasses do Governo do Estado e a força das redes sociais são citadas pelos prefeitos como os fatores que diminuíram o poder de transferência de votos deles. Alegam ainda que as limitações da propaganda eleitoral, como a proibição do uso de carro de som para divulgação dos candidatos, também contribuíram para que deixassem de ser os fortes cabos eleitorais de outrora.

Para o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda (MDB), os prefeitos de Minas perderam a capacidade de transferência de votos na eleição por causa do desgaste provocado pelas dificuldades financeiras ocasionadas pelo atraso de verbas do governo do estado para as prefeituras na gestão Fernando Pimentel. “Sofremos o efeito Pimentel”, afirma Julvan, que administra o município de Moema, de 71, mil habitantes, no Centro-Oeste do estado.

Informações complementares – Estado de Minas. 

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