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Os 28.152 mortos pela doença em Minas Gerais diferem-se em idade, gênero e raça, mas alguns grupos têm sido mais afetados pela doença. Homem, idoso, pardo e com comorbidades – são algumas das principais vítimas do coronavírus no Estado desde o começo da pandemia da Covid-19.

O perfil geral, no entanto, começou a mudar sensivelmente nos últimos meses, desafiando o sistema de saúde e a lógica de ação baseada nos chamados “grupos de risco”. Em meio à explosão dos números em todo o país e em praticamente todos os segmentos da sociedade desde a virada do ano, dados do Ministério da Saúde revelam aumentos mais acentuados entre as vítimas de faixas etárias inferiores, sem doenças crônicas prévias, de cor branca e também do sexo feminino.

“Isso remete àquela discussão antiga da época da epidemia de HIV, nos anos 80 e 90, em que se discutia muito sobre os grupos de risco para a infecção e, depois, esse perfil se modificou e tomou outra dimensão. Às vezes, um processo epidêmico se inicia em determinado grupo populacional, mas a tendência, ainda mais em uma pandemia, é que ele atinja todos os grupos. Hoje, há grupos de maior exposição ao vírus, e não grupos de mais risco (para contraí-lo)”, explica a professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte, Waleska Caiaffa.

Se no ano passado os mineiros de até 60 anos correspondiam a 18,6% das vítimas do novo coronavírus, essa parcela saltou para 24,3% na segunda onda da doença. Mesmo com o início da vacinação dos idosos, as mortes por Covid-19 mais que triplicaram, de 1,4 para cinco por dia, entre os jovens de 20 a 40 anos, e de oito para 23 (196%) entre os adultos de 40 a 60 anos.

Ainda não há comprovação de que as novas variantes tenham maior potencial para afetar esse grupo, e outra teoria para esse aumento, apontada pela especialista em saúde pública da UFMG Waleska Caiaffa, é que a população mais nova tenha relaxado o isolamento social.

Informações O Tempo

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