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A internet foi um divisor de águas. Ela nos ofereceu ferramentas, tutoriais, referências e uma galeria pública de fácil acesso onde podemos exibir e discutir trabalho, lazer, etc. Com novas possibilidades e projetos surgindo em grande conteúdo todos os dias, as pessoas de hoje podem se sustentar trabalhando exclusivamente online. Teoricamente, qualquer pessoa (qualquer pessoa mesmo… criança, jovem, adulta e idosa) ambiciosa com um dispositivo e uma conexão à rede da internet também pode virar a próxima sensação.

Isso era – e ainda é – o mais legal da internet: com determinação suficiente, qualquer um pode conquistar um lugar para si mesmo. Mas a internet está mudando. Ou melhor, está começando a mostrar sua verdadeira face.

Acontece que, quando você dá às pessoas um palanque e acesso limitado ao anonimato, os resultados podem ser desastrosos ameaçando a base da sociedade. Enquanto no passado os usuários se reuniam em pequenos grupos, as redes sociais permitiram o crescimento de movimentos em massa que se utilizam de provocações para “causar o maior dano possível e depois dizer que tudo não passava de uma brincadeira”. Essa cultura não está mais escondida nos becos, mas em todo lugar, de modo que é impossível escapar.

Na verdade, a internet nunca foi um lugar tão legal. Quando as pessoas estão na internet, elas costumam passar dos limites. Linchamentos virtuais e outras atrocidades sempre foram comuns e aceitos, e as minorias são testemunhas de que os perigos sempre estiveram lá. A gente só não estava prestando atenção. Os linchamentos virtuais, em especial, têm deixado uma mancha horrorosa na internet, mas, na minha opinião, aceitamos tudo como se fosse normal em um nível bizarro e desumano. Sem dúvida, perdemos a empatia quando estamos diante da tela.

Se eu acho difícil entender que as pessoas podem ser cruéis? Na verdade, não. Mas existem coisas tão absurdas que eu mal consigo acreditar… com isso, tem muita gente com bom conteúdo que tem medo de se mostrar, devido essa turma que fica criticando tudo na internet. E eu não posso culpá-los. E mais: eu os entendo. Críticas são importantes e necessárias para o crescimento, onde você deve usá-las como ferramenta para a sua evolução. Idealmente, a crítica deveria ser sempre construtiva, apresentada de maneira educada e em um momento apropriado. Mas a verdade é que a crítica nem sempre é educada e muitas vezes em momento não propício.

Apesar de reconhecer que a internet está se transformando num lugar que não é favorável à natureza sensível da maioria das pessoas, me recuso a acreditar que seja um estado permanente. Mudanças são sempre possíveis, e acima de tudo ninguém deveria reprimir quem tem coisas a dizer. Com tudo isso em mente, nossa percepção tem que mudar. E, claro, nossa resposta emocional à internet também tem que mudar. O mundo é difícil, mas dá para se virar.

-Pelo bem da sua própria sanidade, não participe de discussões inflamadas na internet. Intensifique a leitura e faça pausas digitais necessárias. Seja uma florzinha de esperança em um cenário apocalíptico.

-Lembre-se de ter empatia: ao fazer um comentário, pense antes de dizer o que a outra pessoa precisa ouvir sem destruir completamente a alma dela. Ou se uma coisa muito cruel foi dita a você, seria legal se esforçar para não repetir essa mesma coisa à outra pessoa.

-Bullying, ataques pessoais, pessoas dizendo que odeiam o outro, etc. não são críticas. Nada disso ajuda a melhorar, não importa como a pessoa encare. Em um mundo em que todas as pessoas – boas ou más – podem se manifestar, use para o bem a sua voz.

por Ana R. Melo.

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