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Dois vereadores de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, foram afastados dos cargos e funções a pedido do Ministério Público, que investiga uma denúncia de corrupção para aprovar projetos na cidade. Os procuradores querem saber se os parlamentares da cidade receberam R$ 20 mil para mudar o zoneamento urbano de uma rua na cidade e permitir a instalação de uma empresa no local.

 
Um dos investigados é o presidente da Câmara Municipal, vereador Eduardo Print Júnior (PSDB). A justiça afastou o parlamentar de suas funções na presidência da Casa, mas permitiu que ele continuasse a exercer mandato. O outro vereador investigado é Rodrigo Kaboja (PSD), ele foi afastado do cargo de vereador e está proibido de entrar na Câmara da cidade por 180 dias.

 

Nos dois casos, a justificativa do Ministério Público para os afastamentos é impedir que os vereadores atrapalhem as investigações.

 

“Rodrigo Kaboja seria a porta de entrada para as negociações, sendo o responsável por atender os empresários e negociar com eles os valores para aprovação de projetos. Uma vez feito os pagamentos, era seu papel distribuir lucros com os demais envolvidos”, afirma a denúncia que motivou a decisão do juiz Mauro Riuji Yamane. O vereador Kaboja não foi encontrado para comentar a acusação.

 

O vereador Eduardo Print, presidente da Câmara, nega qualquer irregularidade. Segundo ele, o trâmite dos processos foi normal. “O processo de mudança de zoneamento foi normal, passou pelas comissões da casa e foi aprovado em plenário. O prefeito, Gleidson Azevedo, poderia ter vetado, mas não vetou”, disse.

 

O vereador afirma que está sendo perseguido politicamente por causa de CPIs abertas para investigar a administração municipal. O parlamentar questiona inclusive o fato do Ministério Público ter dado início à uma investigação com base em uma denúncia-crime aberta com gravações irregulares. Na decisão judicial consta uma gravação escondida feita pelo próprio prefeito de Divinópolis durante diálogo com o vereador.

 

“O Ministério Público, que foi omisso durante a CPI da Educação, onde existe um superfaturamento de R$ 8 milhões, arquivou o relatório da CPI, com mais de 3 mil páginas, em 24 horas, não leu o relatório, agora pede busca e apreensão na minha casa e não achou nada”, disse o vereador.

Problema antigo

O prefeito da cidade, Gleidson Azevedo, que é irmão do senador Cleitinho (Republicanos) e do deputado estadual Eduardo Azevedo (PSC), negou que tenha havido qualquer tipo de perseguição.

Em entrevista a O TEMPO ele afirmou que os mais prejudicados são os empresários e cidadãos da cidade que são coagidos a fazer esses pagamentos. “Eu acredito que agora muitos empresários vão aparecer para denunciar esse tipo de prática”, afirma.

Questionado sobre as razões pelas quais ele não vetou o projeto antes, Gleidson afirmou que tem sido prática na Câmara derrubar os vetos relacionados ao uso de ocupação do solo na cidade e por isso ele tem deixado a questão por conta dos vereadores.

“Exitem regiões da cidade que realmente precisam mudar de zoneamento. Eu mandei um Projeto de Lei para fazer isso na cidade, mas está parado na Câmara. Eles preferem fazer isso caso a caso”, diz.

Via O Tempo

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