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De 17 de outubro a 1 de novembro aconteceu em nossa cidade o V Festival de Teatro de Barroso. Do programa constou a apresentação de 14 peças (a maioria do gênero comédia) por companhias de teatro de Barroso, BH, São João del Rei e Rio de Janeiro. O evento foi patrocinado, como nas edições anteriores desde 2010, pela Holcim, e realizado pela MBYÁ, com parceria cultural da Prefeitura Municipal e da Companhia Fofocas de Teatro, de Barroso. De acordo com informação publicada no número 120 deste jornal, foram arrecadados, a título de ingresso para as apresentações, um total de 5.000 litros de leite Longa Vida, que foram distribuídos no dia 21 de outubro para entidades filantrópicas da cidade e uma de Barbacena.

Presumo que a Prefeitura de Barroso, se contar com o patrocínio da Holcim, continuará incluindo o FESTEBARROSO no seu calendário cultural anual. Suponho, também, que a Holcim irá continuar usufruindo do incentivo à cultura da lei estadual de Minas Gerais, que permite às empresas a dedução de certo percentual do ICMS que teria que recolher, aplicando-o no custeio de eventos culturais. Considerando o total de litros de leite arrecadados, é lícito inferir que pelo menos 5.000 espectadores participaram dos espetáculos, o que resulta na presença média de cerca de 360 pessoas por apresentação. Estive presente em apenas uma delas, e agradeço à Holcim a cortesia dos dois ingressos que me enviou. Devo confessar que, por razões pessoais, não pude assistir a peça até o final. Todavia, pelo que pude constatar nesta minha única participação, e presumindo que o FESTEBARROSO continuará a acontecer no futuro, me permito a liberdade de dar algumas sugestões à Secretaria Municipal de Cultura para melhorar a qualidade desta promoção:

1. As longas filas, com as pessoas desconfortavelmente em pé,  expostas ao tempo por mais de uma hora, poderiam ser evitadas com cadeiras numeradas. 2. Apesar da classificação das peças por idade, vi na fila à minha frente adolescentes aparentando idade inferior a 14 anos, e quem recebeu os ingressos não exigiu qualquer comprovação da idade deles. 3. A escada de acesso do térreo ao piso em que se localiza o salão dos espetáculos não permite o acesso de deficientes paraplégicos. Já ambas as escadas de acesso direto ao salão, embora largas, não têm corrimãos nem iluminação suficiente para segurança de idosos. 4. Todo o salão, antes do início do espetáculo tinha pouca iluminação, dificultando a localização das cadeiras; não tinha iluminação específica indicativa das rotas de saída, e não existem saídas de emergência. Na semi-obscuridade só consegui ver dois extintores de incêndio nas paredes de trás do recinto, e não sei se existiam pessoas habilitadas para utilizá-los com eficiência. Essas carências e o número de pessoas presentes me fizeram lembrar a tragédia da boate Kiss, em 2013, na cidade de Santa Maria – RS. Com tantas pessoas no local, e com as condições inseguras existentes, no caso de falta de energia, de uma briga ou de uma situação de pânico, uma tragédia poderia (ou poderá) acontecer.

Como é parte da filosofia e do comprometimento da Holcim, prevenir acidentes ainda é a melhor e a mais barata defesa contra eles.

Por Paulo Terra

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