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Cumprindo o prazo determinado pela legislação ambiental para que os municípios pudessem erradicar os lixões e dessem a destinação final ambientalmente correta aos resíduos sólidos urbanos, a Usina de Triagem e Compostagem de Lixo foi inaugurada, no dia 2 de agosto, em Dores de Campos. Em um mês, a Usina de Triagem já realizou a destinação cor-reta de 37 toneladas de lixo. Neste tempo, a população passou a ter como tarefa a separação do lixo doméstico de três formas: lixo rejeito, orgânico e reciclável. No entanto, com a implementação da usina, muitos problemas estão surgindo na cidade em relação à separação e ao recolhimento destes resíduos. 

A moradora da Rua Prefeito João Batista, Helena Fonseca, é uma das pessoas que já teve problema com a coleta por não saber qual o dia correto de jogar fora algumas folhas, considerado lixo orgânico, e por isso não teve seu lixo recolhido. Helena conta também que o caminhão de lixo às vezes não passa no dia correto ou passa muito tarde. “Outro dia o caminhão passou perto da minha rua e não pegou o lixo”, afirma a dona de casa que teve como uma das soluções a queima dos resíduos. “Tem lixo que separo corretamente, mas tem alguns que queimo na minha horta”, conta.

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Quem também reclama da irregularidade dos horários e dias do caminhão é Carla Magalhães, moradora da Rua Maria Conceição Lopes. “Meu pai já reclamou na Prefeitura e não adiantou”, diz Carla, que já usou até mesmo as redes sociais para expor a situação.

Outra reclamação é feita pela moradora Germana Rezende, que questiona os dias em que estão sendo feitas as coletas, pois o resíduo rejeito e orgânico são recolhidos na quarta e depois somente na segunda, precisando ser armazenado por cinco dias em casa. “É muito difícil ficar guardando tanto tempo restos de comida e, no meu caso, muitas fraldas”, conclui a vendedora, que se diz a favor da Coleta Seletiva.

Tais problemas, principalmente a falta de separação correta dos resíduos, podem ser sentidos pelos funcionários da Prefeitura Municipal de Dores de Campos. É o caso de um dos funcionários do caminhão de lixo que se machucou durante o serviço. O homem cortou o dedo ao pegar uma sacola contendo laminas de barbear, lixo que não é considerado doméstico. Mesmo estando de luvas, ele precisou levar sete pontos para fechar o ferimento.

Funcionária da usina, Samanta Moura, afirma que a grande quantidade de lixo que chega misturado na usina atrapalha o andamento do serviço e já feriu dois trabalhadores responsáveis pela separação do lixo. Os funcionários espetaram o dedo em agulhas de insulina, que foram descartadas de forma irregular. Samanta pede que os moradores entreguem as agulhas de insulina no hospital, que dará a destinação correta ao material. “Pedimos a colaboração dos dorenses para que separem o lixo de forma correta e não joguem materiais perigosos, como seringas com agulhas, no lixo recolhido”, finaliza.

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PREFEITURA

Com um mês da implantação da coleta seletiva, a técnica de Meio Ambiente, Priscila Cardoso, reconhece os problemas apresentados na cidade, mas afirma que é uma questão de adequação. “No primeiro mês estamos vendo a relação do lixo rejeito, orgânico e reciclado para poder com o tempo solucionar os problemas, inclusive do caminhão que, quando não passa no dia certo pela grande demanda, passa no outro dia”, conta. A técnica afirma ainda que os dias da coleta foram seguidos pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) que apoia os municípios no atendimento às normas de gestão adequada de resíduos sólidos urbanos. A técnica que também cita pontos positivos gerados pela coleta seletiva, como a melhoria na limpeza da cidade, afirma que muitas pessoas não estão contribuindo com a coleta de lixo. “Tem pessoas que colocam lixo depois que o caminhão passa ou então no dia errado. Há também gente que não faz  requerimento e exige que a gente recolha lixo de construção”, conclui Priscila. 

Para tirar dúvidas sobre a separação do lixo, a secretaria de obras está à disposição através do telefone: (32) 3353-2382. As agentes de saúde do Programa Saúde da Família (PSF) continuam indo nas casas para esclarecimentos. 

 

LIXO INDUSTRIAL

O lixo industrial também está causando alguns problemas. Segundo Eduardo Malta, responsável por fazer a coleta destes resíduos na cidade, apesar dos 119 cadastrados e de cerca de 10 mil quilos recolhidos, algumas pessoas ainda não o procuraram para registrar a empresa. “Para o primeiro mês, os resultados são positivos e tivemos um número grande de registros, mas muitas pessoas não estão destinando corretamente, deixando a cidade suja, muito lixo industrial está sendo jogado no meio do mato, em córregos ou até mesmo sendo queimados”, conta.

      

PENALIDADES

De acordo com a Lei n° 1.288 da Coleta Seletiva, as pessoas que forem pegas descumprindo a lei da coleta seletiva serão notificadas duas vezes. Caso voltem a desrespeitar, serão aplicadas multas que variam de acordo com a infração cometida. 

Já em relação ao lixo industrial, o poder público tem apenas o papel de fiscalizar se os geradores deste lixo estão cumprindo a destinação correta e encaminhar aos órgãos responsáveis.

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