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É verdade que esse ano, ano da Copa do Mundo no Brasil, o dia 12 de junho, Dia dos Namorados, vai passar meio que despercebido entre muitos casais, mas não na história de amor que começou há 74 anos na zona rural de Pereirinha, na cidade de Desterro de Entre Rios, quando os jovens Joaquim Ribeiro de Avelar e Maria da Cruz Campos, dona Vilica, começaram o romance.

E o namoro teve início em meio às festividades do mês de Maria. Joaquim, que nasceu em 3 de março de 1916, pertencia a uma tradicional família protestante, enquanto Maria, nascida em 23 de janeiro de 1923, era de uma família católica e, aos 16 anos, já pertencia à Associação das Filhas de Maria. Mas nem a religião da época foi empecilho. O amor foi mais forte. “Nossas famílias moravam perto uma da outra e eu já conhecia o Joaquim. Ele era cortejado por outras moças, mas fui eu que ganhei a batalha,” revela dona Maria sobre o começo do relacionamento. Apesar da época e dos costumes, segundo Maria, não houve empecilhos para que os dois se casassem. Na verdade, Joaquim é quem teve que consultar a mãe sobre o casamento, pois os pais de Maria faziam muito gosto do casório. 

E o casamento aconteceu na década de 40. O pastor Wilson veio especialmente de Belo Horizonte para realizar a cerimônia na Igreja Presbiteriana de Desterro de Entre Rios. “Apesar do tempo, eu lembro de tudo. Morava na roça e fui a cavalo, percorrendo a estrada de chão. Fiquei muito feliz naquele dia. Por esse amor troquei até de religião”, descreve Dona Vilica, que entre risos e um olhar nostálgico, revela detalhes de uma longa história de amor que veio parar em Barroso em meados de 1951. O primogênito do casal, Uzias Ribeiro, estava com 10 anos de idade e a decisão foi do chefe da família, Joaquim Ribeiro, que, em busca de melhores condições de vida, “desembarcou” na cidade com sua ainda pequena família. “Viemos em um caminhão pau de arara na companhia do meu irmão João Ribeiro de Avelar. Trabalhei para o saudoso senhor Genésio Graçano. Eu era serrador naquele tempo”, diz Joaquim que já em terra barrosense também trabalhou como pedreiro na construção de casas e na ensacadeira da Fábrica de Cimento. Mas foi no ramo comercial que manteve por anos a tradicional Distribuidora de Balas na rua da Escola Estadual Santana, a rua Magalhães Pinto. Joaquim tornou-se liderança na Igreja Presbiteriana Central de Barroso, exercendo as funções de diácono e presbítero e aos 98 anos de idade ainda canta hinos evangélicos e recita versículos.

Sobre o segredo do casal para viverem tantos anos juntos, a resposta foi unânime: tolerância e fé. As Bodas de Brilhantes foram comemoradas em culto de ação de graças na Igreja Presbiteriana e este tem sido o exemplo deixado pelo casal, cujo namoro começou em Entre Rios e veio parar na romântica Barroso dos anos 40. Além de Uzias, o casal ainda trouxe ao mundo Ari, Sarah, Lercir, Mirtes, Sílvio, que atualmente é pastor presbiteriano, e Silas Ribeiro, que foi vereador. “Estou aqui há 63 anos com minha família: são seis netos e três bisnetos. Aqui sou eleitor atuante e apaixonado pela cidade e pela minha esposa”, finaliza. 

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