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O Barroso EM DIA, na página 7 do número 131, sob o título “Um novo trânsito em Barroso”, comenta as mudanças que o Conselho Municipal pretende introduzir no trânsito. O jornal vem, repetidamente, denunciando o que chama de “bagunça” na circulação  de veículos e pedestres principalmente no centro de Barroso, devido ao extraordinário aumento de veículos de carga, utilitários, automóveis, motocicletas, bicicletas, carrinhos de bebê e pedestres. Entre as medidas propostas pelo Conselho, algumas são indiscutivelmente necessárias, como a construção da rotatória na saída da Ponte dos Arcos, na área da antiga estação ferroviária. Por outro lado, outras mudanças – também indiscutivelmente – teriam que ser mais discutidas e analisadas com a comunidade. E, no caso de efetivamente virem a ser adotadas, o mais prudente seria fazê-las paulatinamente, e não todas ao mesmo tempo, para se mensurar seus efeitos positivos ou negativos.

De qualquer modo, em minha opinião (da qual muitos podem discordar), a maior causa da bagunça no nosso trânsito não está tanto no trajeto dos veículos nas ruas da cidade (centro e bairros), mas muito mais na falta de educação para o trânsito, seja dos pedestres, seja dos condutores dos veículos. Em Barroso a sinalização urbana é deficiente. Não estão disciplinados os serviços de carga e descarga, nas ruas não há indicação da tonelagem máxima, do comprimento e da altura permitidas aos veículos que circulam nas vias públicas (inciso XXIV do artigo 11 da Lei Orgânica do município). Quando há sinalização, frequentemente não é respeitada, e falta autoridade para fazer que seja respeitada. Caminhões, em plena Praça, estacionam junto a postes com placas de estacionamento permitido “EXCETO PARA CAMINHÕES”. Carretas com placas de Barroso ou de fora, muitas vezes com logomarca de empresas locais, circulam tranquilamente pelas ruas do centro, apesar das placas de proibição existentes na Avenida Genésio Graçano e entrada da Ponte dos Arcos. Veículos param e/ou estacionam em locais sinalizados proibindo parar ou estacionar. Quase não há placas sinalizando os quebra-molas nem fixando os limites de velocidade permitida, de modo que carros e principalmente motos passam em velocidades excessivamente altas, ultrapassando pela direita, de forma perigosa. Apesar de proibida a descida pela Rua Joaquim Ferreira, bicicletas descem por ela em alta velocidade, tirando fininho nos carros.

Estas, em resumo, são as verdadeiras causas da bagunça do trânsito, muito mais do que o trajeto permitido. O mal do trânsito está muito mais no fato de que que muitos condutores e pedestres não têm educação para o trânsito. E isto as mudanças de trajeto propostas, infelizmente, não vão mudar e a bagunça vai continuar.

 

Por Paulo Terra 

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