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Quase metade das famílias brasileiras (48%) não controla o uso da água. Apesar disso, sete em cada dez pessoas acreditam que o desperdício vai levar à falta de água no futuro. Os dados são de uma pesquisa do programa Água para a Vida, uma parceria entre a ONG WWF-Brasil e o grupo HSBC. Banhos longos, hábitos como “varrer” as calçadas com mangueira e não consertar vazamentos são alguns vilões responsáveis pela perda de milhões de litros de água, segundo a pesquisa. Essa realidade pode ser observada também em Barroso. O sério problema de falta de água na cidade, que se agravou na última semana, não impediu que alguns barrosenses continuam a desperdiçar água. 

Mesmo depois de um final de semana sem água nos principais pontos da cidade, era possível ver, na segunda-feira (15), na Rua Joaquim Ferreira, a Rua da Brasileira, uma empregada doméstica usando uma mangueira para lavar a entrada de um estabelecimento. Indagada por moradores do entorno sobre o desperdício de água, a mesma declarou que estava seguindo ordens da patroa de lavar toda a varanda e calçada. O mesmo foi visto no Bairro do Alonso, nas imediações da Rua Guanabara. Um senhor lavava seu carro enquanto a filha brincava com a água que jorrava da mangueira.

Em um depoimento enviado por uma leitora via internet, também é perceptível o abuso de uma igreja no centro. “Vi uma uma mulher na hora do almoço, varrendo as escadarias com água de mangueira, esta situação está muito crítica mesmo”, declara.

“Na minha casa a água só chega após às 21h. E quase minha máquina de lavar queimou no sábado, pois tive que lavar as roupas da semana no sábado cedo e a máquina parou de funcionar pela falta de água logo cedo”, descreve a leitora. 
Para o coordenador do programa Água para a Vida, Glauco Kimura de Freitas, o desperdício tem razões culturais, de desconhecimento e de falta de regulação e incentivos. “A pesquisa mostrou que a visão do brasileiro é limitada aos problemas urbanos da torneira para a frente, sem conexão com o meio rural e com o recorte da bacia hidrográfica. Mais de 80% da população nunca ouviu falar de comitês de bacias e da Agência Nacional de Águas”, afirma.

Ele cita ainda a abundância de água no país, que causa uma falsa ilusão de que o recurso nunca terá fim. De acordo com a pesquisa, 95% das pessoas conhecem maneiras de reduzir o consumo, mas poucas colocam em prática.

Um banho de 15 minutos, por exemplo, gasta 135 litros de água, o suficiente para abastecer uma família de quatro pessoas em regiões de pobreza extrema. Mesmo sabendo que o gasto de água no chuveiro é um dos principais vilões do desperdício, um terço das pessoas ainda toma banhos com duração superior a dez minutos.

De acordo com os números do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o sistema Sudeste/Centro-Oeste, o maior do país, está com apenas 27,97% de sua capacidade de armazenamento. Grandes represas, como Furnas e Três Marias, estão com 25,6% e 6,29% de água, respectivamente.

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Poços

Abastecimento. A crise hídrica já chegou a Minas Gerais. Para encontrar água e garantir o abastecimento de cidades de diversas regiões, a Copasa perfurou mais de 80 poços profundos em diversas cidades neste ano.

A cada 100 litros, 37 se perdem

A cada 100 litros de água produzidos no Brasil, 37,5 se perdem antes de chegar ao consumidor. Em Minas Gerais, o índice de perdas é de 29,15%. Os números são do Instituto Trata Brasil, que faz uma relação direta entre as perdas e a falta de recursos para investir em saneamento.

“A perda financeira com a água produzida e não faturada faz com que o setor perca recursos financeiros fundamentais também para a expansão do esgotamento sanitário no país”, diz o estudo da entidade.

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Informações do jornal O Tempo

http://www.otempo.com.br/capa/economia/quase-metade-das-fam%C3%ADlias-admite-que-desperdi%C3%A7a-%C3%A1gua-1.917141

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