A edição 126 deste jornal colocou em destaque os acontecimentos que marcaram o ano de 2014. Ao enfocar o mês de março, mencionou a primeira visita pastoral de Dom Célio de Oliveira Goulart, nosso bispo diocesano, à paróquia de Santana. É bem verdade que, desde sua posse como sucessor de Dom Waldemar na igreja particular de São João del Rei, Dom Célio já tinha estado outras vezes em Barroso. Todavia, a Visita Pastoral tem caráter especial, bem definido no Código de Direito Canônico, o que a torna totalmente diferente de outras idas do bispo às paróquias da sua diocese, para ministrar o Sacramento da Crisma, para participar de festas das padroeiras ou padroeiros, ou por motivos outros. A Visita Pastoral segue um ritual obrigatório e exige que o bispo faça uma supervisão das atividades paroquiais e da atuação dos respectivos párocos, que são seus prepostos na administração de cada paróquia.
Através do jornal O Lutador, dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora, tenho acompanhado e aplaudido a corajosa atuação do Papa Francisco, e concordado com sua intenção de que a Igreja una, santa, católica e apostólica saia das sacristias e das secretarias paroquiais e vá para as periferias; que bispos e presbíteros sintam e incorporem o cheiro das ovelhas, das quais não podem estar distantes. “O bom pastor tem que conhecer suas ovelhas”. No caso da visita pastoral de Dom Célio, a mim me impressionaram profundamente três episódios. O primeiro foi a visita à Escola Santana, perto da qual eu moro. Casualmente, num dos dias da visita pastoral, na parte da manhã, passando na frente da escola e estando o portão aberto, parei para admirar a simplicidade franciscana do bispo, vestido sem qualquer pompa, com uma cruz peitoral muito simples, de pé, dialogando com as crianças que, sentadas no piso do pátio, ouviam atentamente seu pastor.
Os outros dois episódios foram as visitas, constantes do programa oficial, à APAE e ao Asilo. Posso estar enganado, mas esta foi a primeira vez, nos 35 anos de existência da APAE Barroso, que um dos nossos bispos diocesanos visitou formalmente esta instituição e o asilo de idosos. APAE e Asilo não são nossas periferias geográficas, mas são as verdadeiras e sofridas periferias humanas, onde irmãos nossos, nos primeiros e nos últimos anos de suas vidas, vivem famintos e sedentos de carinho e de calor fraternos, doentes de corpo e de espírito, prisioneiros de suas necessidades especiais, dependentes parcial ou totalmente de quem os auxilie nas suas limitações físicas e mentais. É desses pequeninos, muitos deles idosos, que Jesus disse que é deles o Reino do Céu. No julgamento de cada um de nós o Justo Juiz dirá: tive fome, tive sede, estava doente e prisioneiro, e o que foi que você fez por mim? Amigo, você alguma vez já visitou a APAE ou o Asilo? Você os ajuda?
Por Paulo Terra
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