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Diante de inúmeras indagações com relação aos campos de futebol da cidade, a reportagem resolveu colocar o time em campo e trazer à tona qual a real situação dos estádios de Bar-roso.  A caixa de e-mails do jornal traz questionamentos a respeito de todos os campos em atividade no município, sendo o Nercy Lucas, o campo do Jardim Europa, o João Vigia, no Bandeirantes, o do São José, recém reinaugurado, e o campo de society do Ceclans.

Com relação ao último, o que se vê é resultado de anos de má administração, ou seja, um gramado sem as mínimas condições de uso, arquibancadas e alambrados de proteção em ruínas, refletores queimados, redes sucateadas e árvores que atrapalham o desempenho de uma partida. E o que é pior, 90% dos problemas estão ligados à mão de obra e não requer investimento financeiro. “Já nos propusemos a arrumar os refletores, pagaríamos do próprio bolso e descontaríamos em ordens (licença adquirida através de um pagamento para o uso do campo) ao longo do ano. Não aceitaram e não arrumaram. Fazemos o uso há mais de dez anos e as condições sempre são as mesmas. Todo ano eles fecham, esperam crescer a grama, cortam, pintam as arquibancadas e reabrem o campo, o mesmo campo”, declara um dos usuários que prefere não se identificar temendo retaliações. Questionada sobre os problemas do campo do Ceclans, a nova Secretária de Cultura, Esporte e Turismo, Elaine Brandão, amenizou a situação e declarou que os problemas serão resolvidos em breve. “As lâmpadas já estão compradas, bastando apenas agendar a colocação. Quanto ao gramado, o mesmo terá que ser roçado, novamente, e para isto, precisamos da disponibilidade de roçadeiras da Prefeitura que estão todas em serviço pela cidade, já que a do Ceclans foi roubada”, diz. O clube tem sido alvo de frenquentes roubos ao longo dos últimos anos. Não há nenhuma proteção em torno do Ceclans e apenas um vigia fica responsável por toda a área.

O campo do Jardim Europa também tem sido alvo de descaso. “Peladeiros” tradicionais, que jogam no campo há mais de 20 anos, reclamam diariamente do descaso. “Eles marcam para aparar a grama e não vão. Temos que às vezes fazer o trabalho para eles. E olha que pagamos para jogar”, diz outro desportista à reportagem que acrescenta que sente vergonha quando um time de fora vem jogar na cidade. “Outro dia tivemos uma partida contra um time de fora e a grama estava na altura dos nossos joelhos. Sentimos vergonha, pois na mesma semana os responsáveis prometeram cortar a grama duas vezes e não foram”, comenta. O campo também tem um problema crônico relacionado à proteção em torno do gramado. “Já perdemos dezenas de bolas. Elas caem na horta dos vizinhos e eles não devolvem”, diz.

Já o João Vigia, que tem um dos melhores gramados da região, também enfrenta problemas crônicos e segue fechado. “O gramado está fechado para recuperação. Quando a recuperação, principalmente na parte central do gramado estiver completa, será roçado e reaberto”, comenta a secretária.” Não muda nada. Eles fecham na chuva e reabrem em seguida com o corte do gramado. Se resume a isso o trabalho deles anualmente. Os vestiários não têm sequer duchas decentes e energia elétrica própria. É neces-sário ligar os refletores para acender as luzes dos vestiários”, diz um morador e desportista. A reportagem consultou um eletricista e questionou  o gasto financeiro para se fazer esse trabalho de energia elétrica. A resposta foi cômica: o gasto é zero, seria com mão de obra, apenas. Não tem gasto neste trabalho, define o eletricista. O mesmo problema é visto no Jardim Europa.

Com relação ao campo do bairro São José, o mais querido, como é conhecido, os problemas não são diferentes, apesar do melhor tratamento. “Aqui temos um grande zelador, que gosta e cuida do campo. Um dos poucos problemas que existe está ligado à falta de lâmpadas dentro da área dos chuveiros. Colocaram lâmpadas dentro dos vestiários, mas esqueceram o departamento dos chuveiros, onde faz toda falta”, diz outro morador e usuário do campo. A reportagem averiguou que outro problema recorrente no São José está ligado, assim como no Europa, à proteção em torno do campo. Um morador, que tem casa atrás de um dos gols, já declarou que não devolverá as bolas que caírem em sua casa porque as mesmas quebram telhas e ninguém arca com o prejuízo. Seria necessária uma nova proteção atrás do gol. “Sabe quando estes problemas vão acabar? Quando colocarem uma pessoa no comando que faz o uso destes gramados, destes vestiários”, finaliza revoltado um “peladeiro”. As ordens custam R$50 durante o dia e R$80 à noite. Estima-se que mais de 20 ordens, entre dia e noite, são liberadas no Ceclans. Em um cálculo por alto, só com ordens, o clube deve faturar mais R$1 mil por mês, o que daria, por exemplo, para comprar novos aparelhos de roçar e investir na recuperação dos vestiários.

Todas as fontes da matéria foram preservadas porque fazem uso dos campos.

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