Aconteceu, na manhã desta quinta-feira (25), mais um Comitê com a Comunidade, projeto da Holcim que visa aproximar a cidade dos trabalhos realizados pela Fábrica.
Esta foi a trigésima sexta edição do evento que “abre” as portas para a população barrosense. Diversos setores da sociedade barrosense e regional estiveram presentes no encontro onde diversos assuntos foram destacados, tanto pela empresa cimenteira, quanto pela responsável pelas obras de Expansão, Mendes Júnior.
Entre os temas levantados pelo gerente de fábrica João Butkus, estão a confirmação da finalização da obra para junho de 2015 e a possível fusão com a empresa Lafarge, assunto divulgado pela imprensa nos últimos meses.
Com relação à Expansão, Bruno Hallak, coordenador do meio ambiente da Expansão, falou entre outras coisas sobre o tamanho do pré-aquecedor que chegará a cerca de 140 metros de altura.
Já a Mendes, chamou atenção para o pico da obra que acontece em dezembro, quando 3 mil e 119 homens devem estar trabalhando. Depois de Minas, com 48% dos funcionários da região, o estado da Bahia é o que mais emprega em Barroso, são 184 baianos.
No que diz respeito à mão de obra, os responsáveis se mostraram preocupados. “Muitos empregados já foram pegos aqui usando drogas”, declara Flávio Abud, gerente de contrato da Mendes. De acordo com os dados do responsável, apresentados em vídeo na reunião, todo mês cerca de 200 funcionários são contratados e demitidos, em uma rotatividade decorrente, principalmente, pela escassez de mão de obra. “A verdade é que muitos não querem trabalhar”, diz.
PESQUISA DOS OVOS
Um dos assuntos mais aguardados do Comitê estava ligado aos ovos possivelmente contaminados. Matéria exibida com exclusividade aqui no Barroso EM DIA quando o vereador Fernando Terra (PP) fez questionamento à Holcim sobre a pesquisa apresentada pela ambientalista Valéria Nacif.
João Butkus voltou a declarar que a empresa não realiza a chamada incineração. “Nós realizamos o co-processamento, que é muito diferente”, diz. O gerente também apresentou números sobre lixos e sugestões sobre sustentabilidade na gestão de resíduos. De acordo com João, em Barroso, só se faz o co-processamento de papel, plástico e papelão triturado.
Questionados pela reportagem do Barroso EM DIA sobre a pesquisa, os profissionais presentes declararam que não está comprovado e que não tem como provar que as dioxinas e pcb´s encontrados são de responsabilidade da empresa, uma vez que várias outras formas poderiam trazer as substâncias nos ovos. Eles também declararam, após nova pergunta do Barroso EM DIA, que não farão uma pesquisa com ovos para analisarem os números, que como eles mesmos afirmam, conforme a pesquisa, estão dentro do limite.
PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA
Quem também questionou a pesquisa da ambientalista com relação aos ovos foi o assessor de imprensa da Câmara Municipal de Barroso, Wanderson Nascimento, responsável também pelo jornal Primeira Página. Ele declarou que existia uma falha metodológica nos estudo da ambientalista. “Não fazer um estudo comparativo com ovos coletados em outros lugares, para comparar os níveis de contaminação é um erro da pesquisa”, diz o assessor que acrescentou que qualquer indústria que utiliza combustão é passível de produzir essas substâncias, ou seja, que pode não ser a Holcim. O jornalista também mostrou-se totalmente contrário à matéria publicada no jornal Barroso EM DIA. Brasilino de Melo, do jornal Tribuna da Cidade, também fez coro ao assessor e discordou da pesquisa dizendo que estávamos discutindo o “Sexo dos Anjos”. Entre os meios de comunicação presentes, o jornalista Antônio Silveira, do jornal Notícias e Negócios, também não fez perguntas e nem comentou nenhum assunto. A Rádio Liberdade FM chegou a repercutir a matéria do jornal.
Assim sendo, os profissionais que vieram de fora, Cantagalo-RJ, para responderem aos questionamentos ficaram apenas com as perguntas do Barroso EM DIA e com as colocações favoráveis à Holcim pelos outros meios de comunicação, que como imprensa não deveriam tomar partido e apenas relatar os fatos.
A Holcim vai à Câmara, no dia 9 de outubro, explicar a situação e responder sobre a pesquisa da ambientalista Valéria Nacif. O convite veio através da Câmara Municipal de Barroso, o mesmo órgão público que estava na reunião representado pelo jornalista Wanderson Nascimento, que foi publicamente contrário à pesquisa. O Poder Legislativo não divulgou, em seu site ou face, como fizera com a Copasa e outras demandas, nada sobre o questionamento do vereador Fernando Terra com relação à Holcim.
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