Compartilhe:

As fabricantes de cimento Lafarge e Holcim, que estão em processo de fusão, poderão colocar à venda cinco unidades em Minas Gerais. Os ativos foram incluídos no plano de desinvestimento das empresas no Brasil para atender às exigências dos órgãos reguladores.

Em comunicado ao mercado, as empresas informaram que, para antecipar potenciais solicitações das autoridades antitruste, o Comitê de Desinvestimento Conjunto acordou em propor ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pacote de ativos de alta qualidade, tanto da Holcim quanto da Lafarge.

O pacote inclui duas fábricas integradas da Lafarge que estão localizadas em Matozinhos (RMBH), em Arcos (região Centro-Oeste), e uma da Holcim em Cantagalo (RJ). Também estão nos planos duas estações de moagem da Lafarge, sendo uma em Arcos e outra em Santa Luzia (RMBH). Juntas essas cinco unidades têm capacidade instalada de 3,6 milhões de toneladas/ano de cimento. As empresas também pretendem colocar à venda uma usina de concreto da Holcim, instalada em Pouso Alegre, no Sul de Minas.

Conforme as fabricantes, os desinvestimentos propostos foram apresentados ao Cade no contexto de negociações pré-notificação e serão objeto de análise e discussões até que uma decisão final seja alcançada com a autoridade.

No comunicado, as companhias ressaltaram que manterá o diálogo com os órgãos de representação dos empregados, que será conduzido em paralelo às discussões com as autoridades antitruste e potenciais compradores. “A efetivação do processo de desinvestimento está condicionada ao fechamento da fusão entre a Holcim e a Lafarge”, informa.

A futura fusão entre as duas multinacionais foi anunciada em abril deste ano. O processo deverá ser concluído no primeiro semestre de 2015, formando uma das maiores empresas do setor, o Grupo LafargeHolcim. “O Brasil é um mercado importante para o futuro novo grupo e a companhia continuará comprometida com o país, atendendo os clientes com uma rede equilibrada de ativos nas atividades de cimento, agregados e concreto”, afirma.

Fabrica_de_cimento_barroso_mg

Empregos – As unidades que serão vendidas em Minas Gerais são responsáveis por centenas de postos de trabalho. Em Arcos, onde as duas unidades da Lafarge geram 120 empregos, os trabalhadores ainda aguardam informações sobre o processo, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção e Mobiliário, Márcio Antero Fernandes. Apesar disso, conforme ele, não há nenhuma movimentação atípica na fabricante de cimento, como, por exemplo, a demissão de funcionários.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santa Luzia, Ivanildo Leandro do Santos, afirma que a Lafarge, que mantém 30 empregos no município, já procurou a entidade para informar sobre a possível venda e tranquilizar a entidade. Segundo ele, a companhia garantiu que irá cumprir os compromissos com os trabalhadores. No total, a Lafarge mantém 1,8 mil empregos diretos no Brasil. Em Matozinhos, a companhia é responsável por 130 postos de trabalho, conforme a empresa.

Em Minas Gerais, a Holcim mantém plano de aporte da ordem de R$ 1,4 bilhão para ampliar a produção em sua planta em Barroso (Campo das Vertentes). Com as inversões, a capacidade instalada da planta passará dos atuais 1,2 milhão de toneladas por ano para 3,6 milhões de toneladas anuais.

Com informações do Diário do Comércio.

Comments are closed, but trackbacks and pingbacks are open.