Nos últimos dias, a população brasileira, em especial aqueles que acreditam no Brasil, termo muito usado depois da morte do presidenciável Eduardo Campos, vem acompanhando, atentamente, entrevistas e debates sobre os candidatos às eleições de outubro. No montante, muitas críticas ligadas ao Jornal Nacional, a maior audiência da televisão brasileira, sobre a forma como foram conduzidas as entrevistas. Apesar de não concordarmos com o tal padrão Globo de comunicação, em muitos quesitos, acreditamos que a emissora não está errada em abordar veementemente os assuntos públicos pendentes em rede nacional. Perguntar para mostrar à população sobre a história política desses candidatos é jornalismo na sua fórmula e conteúdo. O que se pode questionar, e aí concordamos em número, gênero e grau, é o tempo que os candidatos tiveram para as respostas. É inadmissível uma emissora, que preza ética e profissionalismo, conceder um minuto e meio para os candidatos exporem suas idéias e planejamentos sobre o nosso futuro. Logo uma emissora que diariamente delibera quase duas horas de sua grade para entrevistas com cantores, atores e esportistas.
O assunto é muito mais importante que qualquer outro em questão. Trata-se do futuro de um país e a quem vamos confiar nossos votos. Nesse aspecto a Globo peca em cronometrar uma resposta que pode ou não decidir um voto. Agora, por outro lado, é bom entender que um cidadão que quer comandar o Brasil, nosso país, deve responder sobre seus atos e ações públicas do passado. Doa a quem doer. Precisamos de pessoas íntegras à frente desta nação. E aí cabe, ao jornalista e ao jornalismo, o questionamento para que a população em massa saiba as condições dos candidatos. Portanto, não cabe revolta. Cabe perguntar. Até porque perguntar não ofende. Seja Dilma, Aécio, Marina quem for, o importante é que pergunte tudo a todos. Eles e nós, eleitores, deveríamos entender que é uma oportunidade única, diante de cerca de 36 milhões de telespectadores, repetimos, a maior audiência da TV, de se explicarem, mesmo que em tempo recorde. Jornalismo é perguntar, questionar. Se quiserem o público da TV aberta para discursos pobres e recheados de promessas idiotas, como já estamos cansados de ver, se candidatem a síndico do prédio da esquina. Assim não serão questionados em rede nacional.
Por Bruno Ferreira
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