Treze de maio de 1934, vem ao mundo, no momento em que acontecia a procissão em honra a Nossa Senhora de Fátima, um dos mais lindos pares de olhos azuis dessa cidade. Da vida difícil e divertida no Quintanilha, aos sapatinhos de tricô, vendidos de porta em porta, Amélia atravessou terreiros e a infância coroando os maios com perfume de frutas “roubadas” nos quintais da história barrosense.
Como atriz, representou nos palcos dessa terra, como esportista, amante do vôlei, conquistou vitórias e com o dom, costurou e desfrutou da habilidade que Deus lhe concedeu por 37 anos. Amélia: foi criança quando tinha que ser, foi adolescente quando a vida lhe ofereceu e foi mulher quando a responsabilidade bateu à sua porta.
Casou-se aos vinte e seis anos em São João del-Rei, teve oito filhos e uma vida de lutas e frutos colhidos; são doze netos e dois bisnetos. Educou, costurou, bordou e entendeu que por mais que haja criação, existem as diferenças, Amélia é cruzeirense e todos os filhos são atleticanos, do emblemático Jairo à caçula Sibelle. Essa é dona Amélia, aquela, da Rua da Lagoa, dos chups-chups de creme, da costura, do Turco, dos filhos bem criados, de idéias à frente do seu tempo, aquela realizada, feliz, aquela mulher, aquela de verdade dos cabelos brancos e olhos azuis que aos 80 anos de idade continua pintando quadros e histórias ao lado da sua família.
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