Uma foto, em que é visível a felicidade estampada no rosto de todos os cidadãos com camisas da seleção brasileira, engana e muito. Mesmo que pareça, a foto não é a comemoração de um gol do Brasil e não tem nenhuma relação com conquistas do tipo: teremos novos hospitais, novos aeroportos, mais saneamento básico e nossa educação e o nosso PIB são os melhores do mundo. Não. A foto não mostra e não é sobre isso. A fotografia é de 2007, do anúncio da FIFA, na praia de Copacabana, de que o Brasil seria sede da Copa do Mundo em 2014.
Minha memória não é das melhores, mas não recordo de ninguém manifestando naquele dia. Não me lembro das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, paradas em alarde. E aí? O que aconteceu? Fácil. Logo após a Copa, tem Eleição. E a verdade é que, por trás de todos esses posts na internet e de algumas manifestações nas ruas, existem centenas de políticos aproveitadores e corruptos querendo um lugarzinho no governo, centenas de engravatados injetando milhões nas manifestações e torcendo para que este Brasil se afunde mesmo.
E por citar o verbo torcer, queria deixar claro que uma coisa, acredito eu, é a inércia das autoridades competentes e o direito de ir e vir garantido pela arcaica Constituição; outra, sonho eu, é um país melhor que poderia ter aproveitado o status Copa/Olimpíadas para se alavancar. O que não tem nada a ver com torcer. Protestar é válido, é de direito, é legítimo, mas quebrar, hastear bandeira preta, destruir, mostrar a cara pintada, virar as costas e/ou a camisa do avesso? Deveríamos ter feito isso, ontem, há 7 anos, há séculos ou até outubro próximo. Ainda dá tempo. Não agora, quando tudo já está maquiado e os bolsos cheios.
Não é e nunca será tarde para garantirmos e querermos um país melhor para todos nós, mas é tarde para tentar usar a Copa como bandeira política. É de enojar ver pessoas dizendo que não irão torcer para o Brasil porque A ou B vão continuar ou entrar no Governo. É preciso ter uma imbecilidade gigantesca para tentar entrelaçar as duas coisas: política e futebol. É querer acabar com o futebol, mesmo antes dele próprio se acabar.
Enfim, vai ter Copa e eu vou conjugar na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo: eu torço, não concordo, não aceito, mas eu torço, com muito orgulho. Orgulho pela Seleção, não por um Brasil cheio de falcatruas e bandidos. Torci pelo Brasil em todas as outras Copas e agora vão tentar me convencer de que se a Seleção perder nosso país vai melhorar? Santa ignorância. Devemos lutar todos os dias por um país melhor, sem corrupção, com menos impostos, mais educação. Devemos sim protestar, pacificamente, desejar, enfim. Mas, querer que eu entenda que a Copa tem que ser desdenhada para mudarmos o nosso país é demais. Não sou PT, PSDB, PV, PMDB, seja o que o for, sou BRASIL, Seleção, futebol, paixão. Isso ninguém, ninguém tira de mim. Sou torcedor do futebol! Vamos que vamos Brasil!
Por Bruno Ferreira
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