O enfermeiro Márcio Ferreira, diretor da Vigilância Sanitária de Barroso, confirmou a reportagem do Barroso EM DIA que a cidade vem enfrentando a Esporotricose, a chamada doença do gato ou do Jardineiro, como era conhecida no passado.
A equipe de reportagem confirmou os rumores que pessoas e animais, em especial gatos, estariam contaminados com a doença na cidade.
De acordo com Márcio, a micose apareceu recentemente no município e teve início no centro da cidade. Ainda segundo ele, a Praça Gustavo Meireles, no centro, é um dos pontos mais críticos. Bairros como Bedeschi, Alonso e Nova Barroso também já foram diagnosticados com a doença.
Depois de uma busca ativa pela equipe barrosense foram confirmados mais de 40 casos da doença no município. São 11 seres humanos e cerca de 30 gatos que já estão contaminados. “Já estamos providenciando reforços para enfrentar essa doença. Um dermatologista e um veterinário devem ser contratados para enfrentarmos o problema. De qualquer forma, já estamos fazendo busca ativa e sugerindo os donos de gatos que deixem, por enquanto, os animais mais presos. Também estamos disponibilizando o hipoclorito de sodio. Pedimos que as pessoas procurem a Vigilância”, diz o Diretor.
A DOENÇA
A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii que pode atacar humanos e animais. Geralmente afeta a pele e os vasos linfáticos próximos a ela, mas pode também afetar ossos, pulmão e articulações.
Esse fungo está presente na maior parte do mundo, mas principalmente em regiões de clima temperado e tropical. Sua disseminação é lenta e os sintomas se caracterizam por nódulos purulentos ou não e que aparecem, normalmente, nos membros superiores, como braços e mãos, e também na face.
Como o fungo está constantemente em ambientes abertos, principalmente no solo, a esporotricose pode ser transmitida através de ferimentos já abertos que tenham contato com algum material contaminado, como farpas de madeira ou espinhos de plantas. Outra forma de contaminação é através do contato com animais contaminados, gatos em sua maioria, através de mordeduras, arranhaduras ou resultante da manipulação dessas feridas que contenham grande quantidade de fungos.
SINTOMAS
A evolução da esporotricose pode ser de duas maneiras: subaguda ou crônica – que acontece na maior parte dos casos. Normalmente, a infecção é benigna e se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha através da corrente sanguínea e atinge os ossos e órgãos internos.
O período de incubação do fungo no organismo do paciente se dá de 7 a 30 dias, podendo chegar até 6 meses após a infecção. Os sintomas da doença variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea, mas o primeiro a aparecer é um pequeno nódulo doloroso, bem parecido com uma picada de inseto. Esse nódulo pode ter a cor vermelha, rosa ou roxa, ser purulento ou não, e costuma aparecer no dedo, mão ou braço em que o fungo penetrou.
TRATAMENTO
A qualquer suspeita de esporotricose, o paciente deverá se consultar com um dermatologista para que ele te diagnostique corretamente. O diagnóstico é feito, primeiramente, a partir da análise dos sintomas que a doença apresenta e, após isso, materiais biológicos que a ferida produz, como o pus e a escarificação, são examinados. A doença tem cura e, em 10% dos casos, ela acontece de forma natural. Porém, para casos mais graves, o tratamento é longo e leva em torno de 3 a 6 meses, podendo chegar até 1 ano.