O sessentão município de Barroso, nascido em 12 de dezembro de 1953, está no km 226 da BR-265, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais, a mil metros acima do nível do mar e a 208 km da capital do estado, Belo Horizonte. Localizado dentro da região do antigo circuito Trilha dos Inconfidentes, é um jovem se comparado a outros distritos. Tem Sant’Ana como padroeira e uma área com cerca de 82 mil km². Faz divisa com os municípios de Barbacena, São João del-Rei, Prados e Dores de Campos e tem aproximadamente 20 mil habitantes. A empresa cimenteira internacional Holcim e a Prefeitura Municipal são as maiores empregadoras da cidade. Essas e outras informações, disponíveis em mídias sociais, se divergem no mundo globalizado de hoje. Mas a pauta em questão não é o hoje, mas sim ontem. Há 60 anos!
De acordo com levantamentos realizados pelo historiador Wellington Tibério, quando a lei que emancipava o distrito de Barroso, em 12 de dezembro de 1953, foi aprovada, Barroso tinha 28 ruas e cinco praças. Tinha cerca de 630 casas e uma população de 2 mil e 853 habitantes. “Havia em Barroso 18 fábricas de cal, destacando-se como maior produtor do Estado e estava em construção a fábrica de cimento.
COMÉRCIOS DA ÉPOCA
Havia 26 estabelecimentos comerciais, três açougues, quatro padarias, dois restaurantes, duas pensões, cinco barbearias, uma lavanderia, duas farmácias, três escolas municipais, o grupo escolar Francisco Antônio Pires. Tinha apenas uma agência do banco financial de produção e alguns correspondentes de outras agências bancárias e circulavam pelo povoado cerca de 100 cami-nhões”, declara o historiador que aproveita para ressaltar que embora predominasse o catolicismo, já havia a Igreja Presbiteriana com templo próprio. “A vida social de Barroso era composta por cinema, teatro, três clubes esportivos, banda de musica, coral, uma orquestra e transporte diversificado com a ferrovia. O distrito contava com iluminação própria, um cemitério, pároco residente na paróquia e dois médicos davam assistência à população”, explica Tibério que prefere não nomear os precursores com intuito de não cometer nenhuma injustiça.
Segundo o profissional que hoje é colunista do jornal com o quadro Fundo do Baú, a comissão que acompanhou o processo de emancipação era formada por Geraldo Napoleão de Souza, Brasilino dos Reis Melo, Silvano Albertoni, José da Silva Pinto, José Pio de Souza, José Augusto de Souza e Epifhânio Barbosa. “Na verdade o município foi instalado em 1º de janeiro de 1954 e na praça Gustavo Meireles foi erguido o Obelisco comemorativo. Decorridos alguns anos, Genésio Graçano promoveu homenagem aos emancipadores com um memorial que o tempo ou a falta de cuidado dos poderes públicos deu conta de levar”, diz. Atualmente o monumento está completamente descaracterizado não havendo mais o antigo memorial.
GALERIAS
Na gestão do saudoso ex-prefeito Arnauld Baldonero Napoleão, foi resgatada a homenagem aos emancipadores. “Uma pintura dos membros da comissão foi encomendada ao artista José Luiz e as famílias foram convidadas para receberem a homenagem. Esta galeria existe hoje na Prefeitura”, comenta o historiador que aproveita para alfinetar as pessoas que menosprezaram o marco da emancipação. “Nos últimos 25 anos, foi erguida na Praça Gustavo Meireles uma estátua do Padre Luiz e sua estrutura foi edificada em frente ao Obelisco, escondendo o marco zero de nosso município. Uma clara demonstração de péssimo gosto e descaso com os monumentos históricos da cidade. Aliás, por falar em descaso, não há registro nos últimos anos de uma reforma naquela Praça, apenas troca de lâmpadas e pinturas nos bancos. Lamentável”, diz.
PRIMEIRO PREFEITO
Ainda de acordo com os dados históricos, o primeiro Prefeito eleito de Barroso foi Geraldo Napoleão de Souza, que assumiu em 31 de janeiro de 1955. Um busto em sua homenagem foi edificado na Praça Sant’Ana. Aliás, todos os ex-prefeitos estão expostos em uma Galeria na Prefeitura, no Prédio dos Três Poderes. Outro nome importante da história barrosense também está na Galeria, o intendente Salomão Barroso, nomeado pelo governador para organizar o município durante o ano de 1954. “Vale a pena conferir e entender um pouco da história do nosso município através das galerias, tanto na Prefeitura como na Câmara Municipal”, finaliza o historiador que parabeniza a cidade. Ao lado, momentos históricos de Bar-roso ao longo dos 60 anos. Fotos da Comunidade Curto a Memória de Barroso (CMB) no facebook.
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