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Cumprimento o Barroso EM DIA pela publicação deste seu centésimo número, marca nunca antes atingida, creio, por qualquer jornal impresso em Barroso. Ao redigir esta matéria, pego carona no Editorial do número 99, no qual foi questionado o “embargo” do CECLANS. Usando o direito jornalístico do questionamento, o editorial citado pergunta “se outros pontos públicos de Barroso estão adequados às normas de segurança exigidas pelo Corpo de Bombeiros”. E prossegue, perguntando “se o Prédio dos 3 Poderes… está dentro das normas”. 

Endosso a opinião do editorial, e vou mais além, em relação à segurança das pessoas que frequentam lugares acessíveis ao público. Tantos outros locais frequentados diariamente, de dia e à noite, pelo povo estão “dentro das normas”? Estabelecimentos comerciais, templos, locais de diversão, todos com altos índices de frequentadores e com saídas afuniladas, estão “dentro das normas”? Escolas, quase todas com clientela majoritariamente com idades entre 4 e 14 anos, com dois pavimentos e uma única escada central, sem nenhuma escada de emergência, estão “dentro das normas”? E os prédios residenciais e/ou comerciais com escritórios de profissionais liberais ou de empresas prestadoras de serviços, alguns com até 4 pavimentos, mas dotados de apenas uma única escada (quase sempre estreita), “estão dentro das normas” de segurança? No caso de uma situação de pânico individual ou coletivo, ou em ocorrência de uma tragédia, haverá condição de rápida e segura prestação de socorro e evacuação de quem estiver nesses prédios?

Alguém já calculou, com a menor margem possível de erro, na hipótese de um incêndio, por exemplo, quanto tempo precisará uma viatura do Corpo de Bombeiros de Barbacena ou de São João para chegar em Barroso? E quando chegar, em não menos que 30 minutos na melhor das condições de tráfego na BR265, de quantos hidrantes poderá dispor, e em que locais da cidade? Se, por falta de prevenção e de medidas que tenham sido tomadas antes de uma possível tragédia, mesmo que remota, se por falta de investimentos em segurança, por parte das autoridades e dos cidadãos responsáveis, se nossos gestores públicos e privados deixarem “a vaca ir para o brejo”, quando tentarmos desatolá-la, poderá ser tarde demais. Se a boate Kiss, de Santa Maria no Rio Grande do Sul, tivesse tomado medidas preventivas de segurança, mais de 200 vidas não teriam sido perdidas no incêndio, que está completando um ano.

A melhor solução não é “embargar” depois, mas solucionar antes!  

 

Por Paulo Terra  

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