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Minas Gerais registrou 181 desaparecimentos de menores de 12 anos em 2021, o que significa média de uma ocorrência a cada dois dias, apontam dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Há situações de fuga, mas especialistas alertam para crimes como o rapto infantil, e para a necessidade de adoção de medidas de segurança e educacionais para evitar o perigo.

Segundo a Sejusp, o número computado como “desaparecimentos” corresponde à quantidade de pessoas que tiveram o sumiço reportado, ainda que, posteriormente, possam ter sido localizadas. De acordo com delegada da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida de Belo Horizonte (DRPD-BH), Bianca Landau Braile, avalia que, na maioria dos desaparecimentos, as crianças simplesmente optam por fugir. Descontentamento com a estrutura familiar é um dos motivos. Passear com amigos é outro. Mas os raptos também ocorrem, por diversos motivos: “Desde fins sexuais até para vender a criança para outra família”, exemplifica.

 

Conhecer o comportamento e o círculo social da criança é uma das principais formas que os pais e responsáveis têm para garantir a segurança dos filhos. “É preciso conhecer com quem as crianças andam, com quem se relacionam. Participar da rotina”, orienta a delegada Bianca Braile. Outra recomendação é de que os pais não permitam que as crianças mais novas, com idades inferiores a 10 anos, saiam desacompanhadas de adultos confiáveis. “É muito perigoso”, pontua.

 

O especialista em segurança pública Jorge Tassi acrescenta que as crianças têm “grande vulnerabilidade” por vários fatores, entre eles a incapacidade de perceber o entorno e situações de risco e falta de força física para se defender. Apesar disso, ele analisa que as medidas de segurança não devem ser confundidas com excesso de proteção. “A criança tem que ser instrumentalizada para enxergar a situação de risco e reconhecer os espaços onde está”, alertou.

 

 Idas acompanhadas ao supermercado ou a centros movimentados de compra, por exemplo, são bem-vindas para orientar os filhos sobre cuidados e condutas de segurança a serem seguidas, orienta o especialista. Embora “não falar com estranhos” seja uma orientação padronizada, Tassi sugere uma reflexão mais ampla. “Muitas vezes, conversar com o estranho é a única alternativa para uma situação de desespero”, lembra.

Segundo ele, o ideal é educar a criança e mostrar os processos para que ela tenha autonomia de saber que pode encontrar ajuda em desconhecidos. “É criar na criança uma energia, uma predisposição, para ela ter atitude quando se sentir ameaçada. Entrar em uma loja e saber que pode pedir ajuda”, cita. É preciso que ela saiba, por exemplo, que pode dizer que está sendo perseguida, enfatiza o especialista.

 

Via Estado de Minas

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