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Um estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) entrou em coma após um “trote” em uma república federal, de propriedade da União, onde ele foi submetido a tomar óleo, cachaça, molho de pimenta e molho shoyu misturados, e baldes com pó de café foram jogados no seu rosto. Há suspeita de que ele tenha sido estuprado.

O caso aconteceu no dia 4 de agosto. O jovem foi levado ao hospital “quase morto”, segundo os médicos. “Ele aspirou e se asfixiou com o líquido, teve pneumonia por aspiração e em seguida, o coma alcoólico. Ele já estava pálido e se debatendo quando levaram ele para a UPA”, relatou a mãe.

Os médicos disseram à mãe que encontraram vômito e pó de café no pulmão do estudante. O hospital acionou a Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência após identificarem resquícios de lubrificante na região íntima.

O jovem, natural de São Luís, no Maranhão, entrou no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Ouro Preto em 2021, durante a pandemia. Em fevereiro de 2022, com o retorno das aulas presenciais, ele se mudou para a cidade mineira e se instalou na República Sinagoga, uma das Repúblicas Federais que são propriedade da universidade autogestionadas pelos estudantes.

O trote seria parte de um dos “ritos” de entrada na moradia.

Ele teve que trancar o curso pelas sequelas físicas e psicológicas do abuso, e voltou para São Luís. Segundo a mãe, ele está muito abatido e foi diagnosticado com Transtorno de Estresse Agudo. O jovem está com queda de cabelo, perdeu parcialmente o movimento do pé esquerdo e desenvolveu problemas cardíacos.

A República Sinagoga, onde ocorreu o “trote”, é uma das repúblicas federais que integra o sistema de moradias da UFOP. Em Ouro Preto, são 59 repúblicas desse tipo, espalhadas pelo centro histórico da cidade.

A universidade respondeu, em nota, que tomou conhecimento da situação e que serão tomadas as medidas administrativas cabíveis. Leia na íntegra:

“Na quarta-feira (19), a Universidade recebeu um e-mail do estudante, que imediatamente foi encaminhado para acolhimento pela equipe técnica de moradia e acompanhamento por assistente social. Já solicitamos a ele que encaminhe documentos para que possa ser aberto um processo administrativo disciplinar discente para possibilitar a aplicação das normas da UFOP, que proíbem o trote, de acordo com a Resolução Cuni nº 1.870. Segundo o mesmo documento, a prática de trote implicará aplicação de penalidades de advertência, suspensão ou desligamento. Questões relativas a penalizações que a Universidade pode receber devem ser respondidas pela Advocacia-Geral da União (AGU).”

Via Estado de Minas

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