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Beto Guedes, em uma de suas lindas canções, nos ensinou: “Vamos precisar de todo mundo, pra banir do mundo a opressão. Para construir a vida nova, vamos precisar de muito amor…” Músicas sobre amor são sempre muito belas e cantadas por todos nós. Lembradas em vários momentos e fases da nossa vida. Mas será que, de fato, colocamos o amor em prática?

No último dia 28 de junho, comemoramos o dia mundial do Orgu-lho LGBTQIA+. Tive a honra de visitar, com um maravilhoso casal de amigos gays¸ o exato lugar onde, em 1969, os homossexuais que frequentavam o interessantíssimo bar Stonewall Inn, em Manhattan, iniciaram o manifesto contra policiais que os oprimiam há tempos. Lá, várias fotos, frases e célebres personagens daquele momento histórico. E o que o amor tem a ver com o movimento LGBTQIA+? Tudo… A falta de compaixão e de empatia para com o próximo é absurdamente mostrada todos os dias nos meios de comunicação, atacando, ofendendo e diminuindo pessoas pela sua opção sexual. Incontáveis pessoas são ofendidas e agredidas anualmente em nosso país por serem gays.

Os números mostram que somente no ano de 2020, 237 pessoas foram mortas em virtude de sua opção sexual. É lastimável tal situação. E fica a pergunta, o que cada um de nós temos com a sexualidade do próximo? Se a pessoa se sentir bem em ser homo, hétero, pan ou assexuada, o que mudará em nossa vida? É como diz minha querida e doce Bibica: “com quem a pessoa dorme, é problema dela, e não meu.” Não se quer aqui defender uma sociedade gay. Não estamos defendendo a ausência de gênero (os “e” ou “x” – Isso até podemos falar em outra oportunidade). Não se trata de desejar ter um filho. Não se pretende aquilatar vantagens ou desvantagens em não ser hétero. O que temos que ter em mente é o respeito, o amor, a compaixão para com o próximo. Quantas e quantas pessoas se escondem atrás daquilo que não são por medo da sociedade e de sua família? Será que, de fato, estamos amando o nosso próximo quando não aceitamos que ele seja o que ele quiser ser? De fato, não me importa, com toda pureza d’alma, que meus filhos sejam homo ou heterossexuais, sendo gente, sendo pessoa, sendo honesto, e, principalmente, estando felizes, já está bom demais.

Um exemplo absurdo ocorreu quando da morte do humorista Paulo Gustavo. Várias pessoas, em rede social, afirmaram que a morte dele era um “castigo de Deus” por ser gay. A homossexualidade, no entender dessas pessoas, seria pecado… Pobres cristãos ignorantes… Não aprenderam com as palavras de Cristo, que a compaixão, o respeito e caridade é o que, de fato, importa. Logo Cristo, que perdoou a adúltera, o leproso, o ladrão e tantos outros. E ainda disse “não julgueis para não ser julgado”… Respeito, compaixão para com o próximo É isso o que precisa a comunidade LGBTQIA+. Não precisa de adoração. Não precisa que você goste de ninguém. Apenas os respeitem como pessoa, como ser humano. Nada mais.

Os tempos são tão tenebrosos que vimos comemorações sobre a morte de Lázaro. Não o personagem bíblico, que Jesus trouxe à vida, mas aquele possível criminoso de Goiás. Não vamos entrar no mérito se merecia ou não pena de morte, já que isso é incabível no Brasil. Mas quando um ser humano comemora a morte de um seu semelhante é sinal que algo está errado. Ainda que seja ele criminoso… E citando um símbolo dessa luta pelo amor e pelo respeito, termino com as palavras de Renato Russo: “Acho que gosto de São Paulo, gosto do São João. Gosto de São Francisco e São Sebastio. E eu gosto de meninos e meninas…” Que tais palavras sirvam de lição, e que este gostar seja visto como respeitar, amar e não, necessariamente, se relacionar sexualmente, que é coisa totalmente diferente. De fato, devemos gostar de todos simplesmente por serem gente.

Por Gian Brandão

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