A pneumonia, infecção que se instala nos pulmões, é responsável por mais da metade das internações de pacientes de doenças respiratórias em Minas Gerais. Ao todo, foram 15.463 hospitalizações entre janeiro e março deste ano. O número corresponde a 50,59% das 30.565 internações de pessoas com sintomas de enfermidades no aparelho respiratório. O levantamento da Secretaria Estadual de Saúde aponta ainda uma crescente de 17% nos casos que resultaram em internação por causa da doença, passando de 5.001, em janeiro, para 5.882, em março.
Conforme o infectologista, o tratamento da pneumonia é, em maioria, feito com o uso de antibióticos, e a melhora costuma ocorrer em até quatro dias. A internação hospitalar torna-se necessária quando o paciente apresenta febre ou alterações clínicas, tais como febre frequenta, comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, além da dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue. “Isso, quando em pacientes com menor imunidade, como crianças e idosos pode causar mais morbidade e até mortalidade nesses públicos”, orienta o médico Leandro Cury.
A Secretaria Estadual de Saúde reforça que, apesar da incidência de casos de pneumonia e de outras doenças respiratórias, não houve sobrecarga no sistema de saúde em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, por exemplo, entre os meses de janeiro e março, os leitos pediátricos clínicos apresentaram uma taxa de ocupação média de 66,7% e os leitos de UTI de 66,9%.
Segundo o secretário de saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, o Estado registra uma queda de casos de doenças respiratórias em crianças, que geralmente aumentam entre o fim de fevereiro e o início de março. “Passamos relativamente bem por este período porque aumentamos o número de Centros de Terapia Intensiva (CTIs) pediátricas. Foram mais de 70 leitos”, afirmou.
“É uma população que nos últimos anos teve um relaxamento em relação a vacinação. A gente sabe que a imunização previne casos graves, complicações. Então quando não se tem esse cuidado, isso reflete na demanda de acompanhamento médico”, alerta a pneumologista Michelle Andrade, da Santa Casa de Belo Horizonte.
Via O Tempo