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Uma projeção realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) traçou oito cenários diferentes para prever a evolução da pandemia de Covid-19 nos próximos meses no Brasil. Com base na taxa de vacinação, presença de novas variantes e relaxamento das restrições sanitárias, o estudo comparou os dados do país com as situações observadas na Alemanha e em Israel, locais que recentemente foram acometidos por uma nova onda de casos da doença.

De acordo com a simulação, publicada na nota técnica divulgada pelo Programa de Pós-Graduação em Modelagem Computacional da UFJF em parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) nesta segunda-feira (10), o impacto da variante Delta do coronavírus, considerada a mais transmissível, pode atingir o Brasil de forma mais acentuada em comparação à observada em Israel e na Alemanha.

Conforme o pesquisador da UFJF, Rodrigo Weber, “pode-se notar que a taxa de mortalidade estimada para o Brasil foi o dobro das estimadas para esses dois países, com a subnotificação de casos também mais significativa”.

A análise aponta, ainda, que as estimativas para as taxas de redução de contato associadas às políticas sanitárias de distanciamento foram muito distintas nos três países estudados. “Cerca de 0,85 no Brasil (pobre), 0,6 em Israel (moderado) e 0,2 na Alemanha (forte)”.

Comparativo

O estudo buscou entender de que forma a Alemanha e Israel foram atingidas pela nova onda da Covid-19. Os parâmetros foram ajustados a partir de dois momentos: antes e depois da variante Delta. O fator Delta modela o aumento da taxa de transmissão do vírus, sendo estimado em torno de 1,65, para Israel e 1,5, para Alemanha. Isso mostra que a variante foi mais agressiva em Israel do que na Alemanha, visto que sua propagação foi mais rápida em um país de menor território e maior densidade populacional. De acordo com o pesquisador, os fatores que promoveram as novas ondas nesses países estão relacionados ao aumento da taxa de transmissão do vírus, entre 50 e 70%, a flexibilização das medidas não farmacológicas, como liberação do uso de máscaras e aglomerações, associados a uma proteção imunológica baixa, com total de vacinados abaixo de 70%.

Informações: Tribuna de Minas

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