Em celebração a mais um Dia de Finados em todo o Brasil, nesta sexta-feira,2 de novembro, a reportagem do jornal Barroso EM DIA foi visitar o Cemitério Paroquial, no Bairro Santa Maria, e descobriu, junto ao historiador da cidade, Wellignton Tibério, um dos túmulos mais antigos do local. Trata-se da sepultura perpétua com um século de existência de Antônio Rodrigues de Souza (foto no fim da matéria)

“De sua descendência numerosa destacou-se o neto materno Severino Rodrigues (Peixe) industrial no segmento de cerâmica em Barroso”, relembra Tibério. Outros sepultamentos centenários também chamam atenção de quem passa pelos túmulos no Santa Maria. É possível ver, próximas à sepultura de Antônio, lápides de 1916. “Existe uma família que vem da Holanda visitar a sepultura em Barroso”, relata o historiador que também declara que o Cemitério de Barroso daria um livro, tamanho o número de histórias.
CAPITAL DE MINAS
Outra curiosidade cerca o nome de Antônio Rodrigues de Souza. Segundo levantamento do historiador, em 1891, quando se discutia sobre a transferência da capital de Minas, o fazendeiro, juntamente com seus cunhados, ofereceram ao Governo de Minas 120 alqueires de terras nas proximidades de sua fazenda denominada “Invernada”. O objetivo era a construção da capital nos terrenos localizados entre a Estação de Barroso e Prados. Até 1890 a região da Invernada pertencia ao distrito de Barroso e o distrito pertencia ao município de Prados. Por esta razão, a doação foi registrada em reunião da Câmara Municipal de Prados na data de 2 de abril de 1891. “A comissão liderada pelo engenheiro Aarão Reis optou pela região de Belo Horizonte por haver maior extensão de terrenos”, diz Tibério sobre o ilustre desconhecido que por uns alqueires a mais não trouxe para a Invernada a capital de Minas Gerais.
HISTÓRIAS
Para Tibério, fatos como desenterrar mortos, autorização para enterrar, muro dividindo religiões e até histórias inusitadas já aconteceram no local, que fica em frente à Praça do Cruzeiro e é rico em páginas da história barrosense. “Apesar de ser um local de muita tristeza, de sentimentos, o Cemitério Paroquial também é muito rico em histórias, como esta de Antônio Rodrigues, que ofereceu terras para a construção da capital mineira na Invernada, entre Barroso e a cidade vizinha de Prados.
