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Em celebração a mais um Dia de Finados em todo o Brasil, nesta sexta-feira,2 de novembro, a reportagem do jornal Barroso EM DIA foi visitar o Cemitério Paroquial, no Bairro Santa Maria, e descobriu, junto ao historiador da cidade, Wellignton Tibério, um dos túmulos mais antigos do local. Trata-se da  sepultura perpétua com um século de existência de Antônio Rodrigues de Souza (foto no fim da matéria)
 
Segundo o historiador, Antônio foi um português falecido em 15 de julho de 1918, aos 74 anos de idade, por  lesão cardíaca. De acordo com Tibério, ele foi um dos benfeitores do povoado por ter colaborado financeiramente com a própria construção do Cemitério Paroquial em 1915. Ainda de acordo com o historiador, na sepultura centenária também foram sepultados os restos mortais da viúva Luisa de Souza Campos, falecida em 1926. Diferente dos demais túmulos, a sepultura, como mostra a imagem ao lado, foi mantida pela família no estilo inicial, ou seja, com grades e revestimento de tijolos e lápide de mármore.
 
“De sua descendência numerosa destacou-se o neto materno Severino Rodrigues (Peixe) industrial no segmento de cerâmica em Barroso”, relembra Tibério. Outros sepultamentos centenários também chamam atenção de quem passa pelos túmulos no Santa Maria. É possível ver, próximas à sepultura de Antônio, lápides de 1916. “Existe uma família que vem da Holanda visitar a sepultura em Barroso”, relata o historiador que também declara que o Cemitério de Barroso daria um livro, tamanho o número de histórias. 
 
CAPITAL DE MINAS
 
Outra curiosidade cerca o nome de Antônio Rodrigues de Souza. Segundo levantamento do historiador, em 1891,  quando se discutia sobre a transferência da capital de Minas, o fazendeiro, juntamente com seus cunhados, ofereceram ao Governo de Minas 120 alqueires de terras nas proximidades de sua fazenda denominada “Invernada”. O objetivo era a  construção da capital nos terrenos localizados entre a Estação de Barroso e Prados. Até 1890 a região da Invernada pertencia ao distrito de Barroso e o distrito pertencia ao município de Prados. Por esta razão, a doação foi registrada em reunião da Câmara Municipal de Prados na data de 2 de abril de 1891. “A comissão liderada pelo engenheiro Aarão Reis optou pela região de Belo Horizonte por haver maior extensão de terrenos”, diz Tibério sobre o ilustre desconhecido que por uns alqueires a mais não trouxe para a Invernada a capital de Minas Gerais. 
 
HISTÓRIAS
 
Para Tibério, fatos como desenterrar mortos, autorização para enterrar, muro dividindo religiões e até histórias inusitadas já aconteceram no local, que fica em frente à Praça do Cruzeiro e é rico em páginas da história barrosense. “Apesar de ser um local de muita tristeza, de sentimentos, o Cemitério Paroquial também é muito rico em histórias, como esta de Antônio Rodrigues, que ofereceu terras para a construção da capital mineira na Invernada, entre Barroso e a cidade vizinha de Prados. 
 
 

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