O Ministério Público de Minas Gerais entrou, na sexta-feira (10), com uma Ação Civil Pública contra o senador Zezé Perrella, o filho dele, o deputado estadual Gustavo Perrella e outras três pessoas. Eles são acusados de improbidade administrativa por negócios irregulares entre a empresa Limeira Agropecuária, que pertence à família do senador e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). A empresa e a Epamig negam qualquer tipo de fraude nos contratos.
A Limeira é suspeita de firmar contratos sem licitação com a Epamig entre os anos de 2007 e 2011 para fornecer sementes que seriam usadas no programa Minas Sem Fome. De acordo com o Ministério Público, o rombo nos cofres do estado pode chegar a R$ 14,5 milhões.
Além das irregularidades nos contratos, segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, a Limeira Agropecuária não poderia fazer negócios com nenhum órgão público, já que tinha entre os sócios dois parlamentares.
Ainda conforme Nepomuceno, a Epamig fornecia sementes e disponibilizava um técnico para acompanhar a produção e depois comprava toda a safra da Limeira. A empresa da família Perrella sedia o terreno para a plantação. “A gente verificou também que não houve fiscalização na qualidade da produção”, disse o promotor.
O caso é investigado desde 2011. A compra de uma fazenda em Morada Nova de Minas, no Centro-Oeste do estado, avaliada em R$ 60 milhões, foi o que chamou a atenção do Ministério Público. Segundo a promotoria, a propriedade pertence à Limeira Agropecuária, que tinha como sócios, em diferentes períodos, o senador Zezé Perrella , o irmão dele Geraldo de Oliveira Costa e o filho de Zezé, Gustavo Perrella.
Além dos três integrantes da família Perrella, os ex-presidentes da Epamig no período da investigação, Baldonedo Arthur Napoleão e Antônio Lima Bandeira, também foram incluídos na ação.
Em resposta a reportagem do jornal Barroso EM DIA, o ex-prefeito da cidade, Baldonedo declarou que todas as suas operações a frente da Epamig foram legais. “Assim como a Epamig, eu também não tinha conhecimento a respeito da ação do MP. De minha parte, todas as informações solicitadas foram fornecidas e não tenho nenhuma dúvida sobre a legalidade das operações da Epamig em minha gestão. Todos os meus atos foram, como sempre, baseados em pareceres da Assessoria Jurídica da Epamig, formada por excelentes profissionais, do mais alto gabarito. Por isto, também neste caso, tudo foi feito corretamente, razão pela qual estou absolutamente tranquilo”, declara.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o processo ainda será encaminhado ao juiz, que pode aceitar ou não a denúncia.
DEFESA
O advogado Antônio Carlos, o Kakay, representante da família Perrella, informou que será indicado um outro advogado para falar sobre o caso.
A Limeira Agropecuária informou que o referido contrato foi elaborado pela Epamig e que seguiu rigorosamente as exigências e cláusulas estabelecidas.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais disse não ter informação sobre ação nesse sentido. Segundo a Epamig, todos os questionamentos do Ministério Público sobre essa questão já foram devidamente respondidos na forma requerida.
Com informações da globo.com
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