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Há pouco mais de duas semanas, uma mulher de 34 anos foi buscar a sobrinha, na casa da irmã, em Nova Lima, na região metropolitana de BH. Ao chegar, a tia percebeu que a menina, de 3 anos e 4 meses, tinha um ferimento na região anal. Ao questionar a pequena, ela disse que o namorado da mãe havia tocado nela.

Casos como este, em que menores são vítimas de abuso, não são raros. No primeiro semestre deste ano, a média foi de mais de sete casos por dia – um total de 1.348. No mesmo período do ano passado, a média foi de mais de 6 crimes diários, somando 1.162 situações – aumento de 16%.

Nos 12 meses de 2020, foram 2.668 estupros. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).

A delegada Renata Ribeiro afirma que não há um perfil definido para os abusadores. “São pessoas que não despertam suspeita, gozam de prestígio social e usam isso para constranger as crianças”, alerta.

A psicóloga Sylvia Flores acrescenta que, geralmente, os crimes ocorrem dentro da casa da vítima ou envolvendo pessoas de seu convívio. “Isso causa uma quebra profunda e permanente de confiança no outro, em qualquer outro, que continua pela vida adulta”, diz

A Polícia Civil acredita que o número de registros de estupro de vulneráveis não corresponde à realidade. Isso porque, com a pandemia, muitas vítimas deixaram de denunciar seus agressores. Aliado a isso, o isolamento reduziu o número de consultas.

“A quarentena reduziu o acesso das crianças aos órgãos da rede de proteção. As crianças que, antes, faziam consultas frequentes no pediatra ou no posto de saúde deixaram de ir”, conta.

Informações: O Tempo

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