No dia 12 de dezembro deste ano nossa cidade comemorou 60 anos da sua emancipação política. No livro “Barroso – Subsídios para a História do Município”, edição única, comemorativa dos 25 anos da cidade, Geraldo Napoleão de Souza, coordenador da Comissão Emancipadora e primeiro prefeito eleito, relata detalhes das manobras políticas que antecederam e possibilitaram a emancipação, que se tornou realidade pela Lei nº 1.039, de 12 de dezembro de 1953, sancionada por Juscelino Kubitschek, então governador do Estado de Minas Gerais. Aplaudo os esforços e a habilidade dos cidadãos que tornaram possível a emancipação. Todavia, acredito que, de certo modo, “dormiram de botina” ao aceitarem os limites territoriais de pouco mais de 80 km², o que torna Barroso atualmente um dos três menores municípios mineiros.
O historiador barrosense Wellington Tibério, graduado em História e titular da seção “DO FUNDO DO BAÚ” neste jornal, produziu um belo trabalho acadêmico de pesquisa histórica sobre o distrito de Barroso, com base em farta documentação de cartórios e de publicações da imprensa. Ele me concedeu acesso ao seu trabalho, que merece apoio dos nossos poderes municipais para ser publicado. O que mais me impressionou na pesquisa foi a constatação de que a área territorial de Barroso, enquanto distrito de várias cidades vizinhas, durante os séculos 18, 19 e início do século 20, era de algo em torno de mais de 170 km². Numa revisão administrativa estadual na década de 1930, com anuência de lideranças políticas locais, o distrito de Barroso foi escandalosamente “garfado”, com grande parte do seu território agregada a municípios vizinhos, área que sempre tinha pertencido ao distrito de Barroso. Essa era uma realidade histórica que nossos emancipadores deixaram de reivindicar, por razões que desconheço.
Entretanto, nunca é tarde para se “balançar o coreto”, ou seja, para que o povo, através das autoridades que elegeu, reivindique o que de direito nos pertenceu. Sempre será tempo para que nossas lideranças atuais e futuras lutem para que nos seja devolvido o que nos foi tomado à revelia por políticos poderosos da vizinhança, talvez com a anuência ou a omissão de lideranças de outras épocas.
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