Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas de cimento somaram 5,3 milhões de toneladas em junho de 2023, um aumento de 1,3%quando comparada ao mesmo mês de 2022. No acumulado do primeiro semestre, o Brasil registrou 30,3 milhões de toneladas comercializadas, uma queda de 1,8% na comparação com o mesmo período do último ano.
Os principais indutores do consumo de cimento, construção imobiliária e infraestrutura, desaceleraram no período em virtude da dificuldade no acesso ao crédito, em meio a taxa de juros elevada, redução de lançamentos, operações de financiamento imobiliário e renda no nível do período anterior à pandemia. Segundo os setores pesquisados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) – indústria, serviço, comércio e construção, – a confiança desta última foi a única que apresentou queda em junho, devido à percepção de uma fraca demanda nos próximos meses. O viés pessimista, porém, não se estendeu em todas as áreas da construção, influenciadas pelas novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) anunciadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS), que aumentam o subsídio para unidades habitacionais, o valor do imóvel financiado e redução da taxa de juros para famílias de baixa renda, impulsionando a construção residencial.
A taxa de juros continua dificultando o acesso ao crédito, sendo responsável ainda pela diminuição nas vendas de unidades imobiliárias, o que compromete ainda mais o desempenho da indústria do cimento. “A economia do Brasil começa a apresentar sinais de recuperação com a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), controle da inflação e melhora dos indicadores do mercado de trabalho. Ainda assim, a indústria brasileira do cimento segue cautelosa na sua avaliação de desempenho, apontando para uma estabilidade de vendas em 2023 com relação ao ano anterior”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.