Pouco mais de uma semana após o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgar a chamada ‘Lista Suja’ que contabiliza registros do trabalho análogo à escravidão no Brasil, a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública em Varginha para discutir a permanência do estado como líder do ranking de casos no país. A sessão aconteceu na última quinta-feira e foi sediada na cidade do Sul de Minas, região que lidera os registros. No mesmo dia, o governo federal divulgou nova atualização da inglória lista.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, Minas tem 147 casos de trabalho análogo à escravidão, quase o dobro dos 78 registros de São Paulo, que ocupa o segundo lugar da lista. Somando todas as situações catalogadas, os números mineiros chegam a 1.203 pessoas trabalhando em regime análogo à escravidão à época das inspeções.
Conforme justificado pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social para escolher o local de realização da reunião da última quinta, os casos da lista do MTE com endereços catalogados colocam a mesorregião Sul e Sudoeste de Minas no topo dos registros. São 41 casos e 346 pessoas trabalhando em regime degradante. Os números representam 28,76% e 27,89% do total do estado, respectivamente.
Também constam na lista registros de trabalho análogo à escravidão em sete outras regiões mineiras. São elas, em ordem de número de pessoas encontradas em regimes ilegais: Oeste; Central Mineira; Região Metropolitana de Belo Horizonte; Zona da Mata; Vale do Jequitinhonha; Vale do Rio Doce; e Campo das Vertentes.