A Polícia Federal (PF) cumpre 11 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (26) em uma investigação que apura possível manipulação de resultado no jogo entre Inter de Limeira e Patrocinense, pela Série D do Brasileiro. A partida foi realizada no dia 1º de junho, no interior paulista.
A operação, batizada de Jogo Limpo, tem ações nas cidades de Patrocínio-MG, São José do Rio Preto-SP, São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Tanguá-RJ e Nova Friburgo-RJ.
Em contato com a reportagem da Itatiaia, Roberto Avatar, membro do conselho gestor do Patrocinense, confirmou que a sede do clube foi alvo da operação da PF nesta manhã. De acordo com o dirigente, o próprio clube suspeitou do resultado e notificou a CBF.
No jogo em questão, a Inter de Limeira venceu os mineiros por 3 a 0, com os três gols marcados ainda no primeiro tempo. Um deles, já nos acréscimos da etapa inicial, foi contra. De acordo com a Polícia Federal, apostadores “detinham conhecimento prévio de que determinada equipe viria a perder o primeiro tempo da partida por ao menos dois gols”.
“A investigação teve início através de ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), encaminhando relatório da Sportradar, o qual reportou que a movimentação das casas de apostas indicou que os apostadores detinham conhecimento prévio de que determinada equipe viria a perder o primeiro tempo da partida por ao menos dois gols. De acordo com a empresa, 99% da tentativa da rotatividade no mercado de “totais de gols do primeiro tempo” nesta partida foi para tal resultado”, informa nota da PF.
“Durante a partida, verificou-se que a equipe visitante sofreu três gols ainda no primeiro tempo, sendo um deles contra”, completa o relatório.
São alvos da operação integrantes e ex-integrantes do Patrocinense. Roberto Avatar, atual dirigente do clube mineiro, diz que o departamento de futebol era comandado por uma empresa particular até o dia 2 de junho, quando houve o rompimento do contrato. A rescisão após o grupo que comanda o clube atualmente suspeitar da manipulação de resultados.
“Segundo o apurado, determinada empresa teria firmado parceria com um dos clubes e vários jogadores por ela agenciados foram contratados. A investigação visa apurar a influência de tais pessoas no resultado da partida. Trata-se, em tese, dos crimes contra a incerteza do resultado esportivo, que encontram as condutas tipificadas na Lei Geral do Esporte, com penas de dois a seis anos de reclusão”, diz a nota da PF
A PF atua no caso, mediante autorização expressa do Ministro da Justiça e Segurança Pública, tendo em vista a repercussão nacional do caso, que exige repressão uniforme.
Informações Itatiaia.