Compartilhe:

Diante de uma transmissão sem controle, mais uma triste estatística mostra a gravidade do atual momento da pandemia: pela primeira vez na história dos últimos séculos, morreram mais pessoas do que nasceram em Minas Gerais em abril.

É o que revelaram os dados preliminares do Portal da Transparência do Registro Civil. Até o dia 12, foram 5.975 registros de óbitos nos cartórios do estado, ante 5.502 nascimentos – um saldo populacional negativo de 473 pessoas.

O gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, Márcio Mitsuo, lembra que antes da pandemia, o número de nascimentos era praticamente o dobro dos óbitos registrados.

“Serve como uma dimensão do impacto de excesso de óbitos em relação aos contextos anteriores. Nas projeções do IBGE, os óbitos só iriam superar os nascimentos a partir de 2047 no país. Alguns estados, como Minas, começam a ter isso um pouco antes por terem níveis de fecundidade ligeiramente mais baixos que a média nacional”, explicou.

Em março, quando a situação começou a se agravar por todo o estado, o mês terminou com quase 19.000 registros de óbito, contra pouco mais de 11.000 no mesmo período do ano passado, uma alta de quase 70%. Para além da letalidade excessiva que compromete os índices demográficos, o demógrafo do IBGE acrescentou ainda que a quantidade de bebês que nasceram também teve uma leve redução por conta da pandemia. “Uma análise preliminar dos dados do ano passado também apontou para uma ligeira retração dos nascimentos. Muitas pessoas que planejavam ter um filho resolveram adiar”, disse.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *