A poucos dias de se encerrar o prazo, Minas Gerais já contabilizou mais de 76 mil armas recadastradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal.
Em todo o Brasil, cerca de 897 mil equipamentos foram registrados até o domingo (23). O recadastramento, cujo prazo segue aberto até esta quarta-feira (3), faz parte de uma série de medidas tomadas pelo Governo federal para controle do arsenal no país, que registrou um aumento exponencial de pessoas armadas nos últimos anos.
O recadastramento visa integrar ao Sinarm as armas registradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma). Enquanto o primeiro é gerenciado pela Polícia Federal e diz respeito às armas em poder da população, o segundo é mantido pelo Exército Brasileiro e engloba as armas registradas por caçadores, colecionadores e atiradores (CACs).
Enquanto o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro flexibilizou o acesso às armas de fogo, o presidente Lula (PT) iniciou sua gestão na contramão, revogando medidas aprovadas anteriormente. O recadastramento de armas pode contribuir para um diagnóstico das pessoas que passaram a portar armas nos últimos anos, bem como seus motivos para tal, de acordo com Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro, professora de Sociologia e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Antes do governo Bolsonaro, não é que você não poderia ter armas, mas o acesso era mais difícil. Você tinha que passar por uma série de etapas e uma delas era, inclusive, dizer para quê você quer essa arma”, diz. “Depois, ficou mais fácil ter acesso por parte de quem é CAC e, com isso, perdemos essa qualidade da informação, ou seja, para que as pessoas estão adquirindo armas?”
Informações O Tempo