Gabriela Melo, de 29 anos, natural de Ubá, contraiu uma infecção bacteriana ao pisar em espinhos que estavam atolados na lama, durante um dia de descontração em um sítio na cidade em que nasceu. Após 5 anos de luta, ela tomou a decisão de amputar parte da perna para retornar à normalidade.
Enquanto caminhava descalça pelo sítio onde estava, Gabriela começou a sentir dores nos pés após pisar no barro, formado por chuvas típicas do mês de novembro.
Os primeiros sintomas percebidos nos dias posteriores foram dores intensas nos pés e nas articulações, febre em torno de 40 ºC e fadiga. Ainda naquele mês, a moça procurou um especialista em ortopedia para garantir que não havia nada de errado.
Com pouca melhora, em 3 de janeiro de 2018, a jovem foi internada para verificar a real situação. Uma cardiologista acompanhou o caso e detectou a concentração de bactérias na válvula do coração, a partir do exame de ecocardiografia transesofágica.
Também houve comprometimento do fígado e hemorragias em outros órgãos, obrigando Gabriela a passar por diversas transfusões de sangue. Com o agravamento da situação, ela foi transferida para a UTI, onde permaneceu em coma.
Controlada a infecção e já em casa, ela ainda passou por dias difíceis no tratamento, inclusive sem poder andar.
“As pessoas me ajudaram em tudo que podiam, principalmente minha família, porque eu fiquei muito limitada. Não estava andando depois que tive alta, eu fiquei com desnutrição severa, então tinha que comer de duas em duas horas”, explicou.
Em setembro deste ano, ela e a equipe médica optaram pela solução: amputar a perna.
A necessidade do procedimento foi confirmada quando a médica que cuida da ubaense constatou uma osteomielite, inflamação do osso causada por infecção, que estava tomando o pé atingido pelos espinhos. Segundo a equipe médica, o novo caso clínico poderia comprometer novamente o coração em uma nova endocardite.
“Minha expectativa para o futuro é que eu consiga realizar tudo que não pude nesses cinco anos. Quero voltar a jogar futebol, poder viajar, poder ir e vir sem ter que me preocupar com nada. Não ter que fazer o curativo todo dia já é um alívio também”, diz Gabriela.
Via G1