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Era uma vez um jovem mineiro que estudava fora do Brasil. Por um convite, acabou voltando à sua cidade Natal. Eleito Prefeito, conquistou muitos seguidores. Voltou a ganhar as eleições por outras 2 vezes, embora, na última, tenha deixado a administração para assumir uma vaga de Deputado Estadual. Foi duas vezes deputado, não tendo sido eleito diretamente, mas, como suplente, alcançou a Assembleia. Foi ainda vereador. Mas, na última eleição, acabou ficando em terceiro lugar em um pleito onde primeiro e segundo colocados nunca haviam concorrido ao cargo. Era uma vez um bancário, que por sua competência, acabou se tornando Prefeito de sua cidade. Ocupou o cargo por 3 vezes e tentou ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de seu Estado, mas não teve sucesso. Após um mandado como vereador, na última eleição que disputou, não conseguiu se reeleger, ficando melancolicamente como suplente de seu partido e não assumindo uma vaga na Câmara Municipal. Era uma vez uma simpática diretora de Escola Pública, comerciante e fazendeira de origem oriental. Entrou na vida política como candidata e foi derrotada por 2 vezes para Prefeita de sua cidade. Nessa época, queixou-se e fez movimento contra o Prefeito (hoje, seu escudeiro), pelo fato de ter sido sua escola municipalizada. Não achou certo o ato. Entendeu que era perseguição política. Um golpe? Talvez. Foi eleita Prefeita. Perdeu quando disputou a reeleição. Foi impedida de ser candidata na outra eleição pela Justiça Eleitoral, mas, com um recurso, acabou concorrendo e vencendo o pleito. Não assumiu na data correta, tendo o perdedor sido aclamado vencedor. Mas, por uma decisão do TSE (não é que o TSE, às vezes, não é golpista…), assumiu o mandado. Foi reeleita. Não conseguiu fazer seu sucessor, tendo sido acusada por alguns de “não ter feito força alguma” para que seu candidato fosse eleito.

Esse texto não é sobre história. É sobre melancolia.

Os três acima citados, “inimigos” políticos de longa data, uniram-se em prol de um candidato a Presidente no último pleito. E demonstrando sua total inexpressividade política atual, não conseguiram aumentar a votação do primeiro para o segundo turno de maneira significante (pouco mais de 3% do número de eleitores.). Para demonstrar que Barroso não é mais um “curral eleitoral” e que não admitimos mais o “voto de cabresto”, o povo escolheu, em sua maioria, o outo candidato. Talvez, era a última cartada dos três. E, como se viu, foi um blefe, mais uma mão perdida.

Mas o pior ainda estava por vir. Não contente com a derrota em sua base eleitoral, demonstrando que não possui “domínio” sobre os eleitores, a ex-prefeita, de maneira nada republicana e golpista, compareceu à manifestação na porta do 11º Batalhão do Exército Brasileiro defendendo a intervenção militar. Inacreditavelmente, é verdade. Logo ela que usou Poder Judiciário para garantir seu direito de ser votada, agora defende a ditadura, a intervenção militar, a perda de direitos fundamentais. Desespero? Despreparo? Ignorância? Nada disso. Na nossa opinião, casuísmo e ausência de empatia. Ou falta do mínimo de conhecimento legal e histórico.

Prezados conterrâneos, a vida continua. Mas daqui a dois anos, teremos novas eleições. Não podemos esquecer fatos como esses. Alguém que defende intervenção militar e é contra o resultado de uma eleição merece, de fato, ter nosso voto? Será que se não tiver a maioria dos votos em uma possível candidatura, vai aceitar o resultado ou vai propor uma intervenção militar para que seja garantida a sua vontade? É lamentável.

Ainda bem que nossos “antigos políticos” estão sendo substituídos. A hombridade do atual prefeito e seu vice nessas eleições foi louvável. Ainda que vinculados à esta antiga política, negaram-se a apoiar as propostas antidemocráticas e impositivas. Anderson e Eduardo merecem nosso reconhecimento. O mesmo se diga do líder da atual oposição, Antônio, que se posicionou de maneira firme contra o sistema apresentado e, energicamente, defendeu a democracia e suas instituições. Não esperava nada diferente de tão inteligente e probo conterrâneo.

Felizmente, ainda temos vida inteligente em nossa Barroso. Que estas eleições de 2022 sejam um marco em nossa vida política, para que, de vez, enterremos a velha política.

Democracia hoje e sempre. E que, como diz o ditado, “a voz do povo seja a voz de Deus”. Aceitemos o resultado das eleições. Essa foi a vontade do povo e, por isso, a vontade de Deus.

por Gian Brandão

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