Dia 17 de dezembro é uma data especial para Dores de Campos, o antigo Arraial do Patusca, que desligou-se do município de Prados por meio de um decreto do Governador Benedito Valadares, em 1938, e atualmente se destaca como Capital Estadual da Selaria, pela tradicional atividade de manufatura de artefatos de couro.
O município, com uma população de cerca de 10 mil habitantes, foi emancipado em 17 de dezembro de 1938, está localizado na região Campo das Vertentes e integra o circuito turístico “Trilha dos Inconfidentes”.
Mas além da produção de selas, através do couro, a cidade, que possui peculiaridades na sua cultura, conta com uma diversidade de dialetos, que são popularizados há gerações e se transformou em um dicionário intitulado “Auréio”, uma analogia ao Aurélio, dicionário da língua portuguesa.
O trabalho, o Auréio, faz parte do projeto premiado no Concurso Nacional da Expocom – Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação – edição de 2022, na categoria de Design Gráfico de Identidade Local ”City Branding” que reúne verbetes típicos de cidades mineiras.
O autor desta deliciosa combinação é o estudante de publicidade, o dorense André Fellipe, que presenteia Dores em grande estilo nestes 84 anos. Confira abaixo a entrevista com o historiador Wellington Tibério e conheça alguns verbetes da nossa querida e amada cidade da selaria.
De acordo com o trabalho de André, em Dores de Campos, o visitante precisa de um dicionário para se comunicar e assim teve a ideia de criar o Auréio e desenvolver seus verbetes.
A palavra ”Bondade’, por exemplo, é usada cotidianamente em referência a alguma coisa boa que acontece na cidade. Já os homens bonitos são os veludos.
- Nossa que veludo! Costumam proferir pelas ruas da cidade.
- Os feios também ganharam significado: Coaeira, cujo termo originalmente se aplica a indústria da Selaria.
Porém, nada é mais exótico que as situações mais inusitadas, quando se dá com a língua nos dentes ou se fala o que não devia. em Dores fala-se que ”muntou num porco”.
- E, esse aí muntou num porco!
Mas nenhum destas expressões é maior do que aquela que identifica um dorense em qualquer lugar deste pais, estamos referindo ao Rei, expressão que reina neste linguajar inusitado.
- Ô meu Rei…
Todo mundo que chega no antigo Arraia do Patusca é tratado com a referência de majestade, e não importa se é veludo ou coaieira, em Dores de Campos ninguém perde a majestade.
Por fim, outra singularidade do lugar são os apelidos e formas que as pessoas se conhecem , o idealizador do “Aureio”é conhecido “André da Celia do Lôdi”, algo tipo das cidades pequenas onde as referências são aos parentes.
Além desta ”simpatia” de dialetos, a culinária local tem ”misturas” diferentes, seja para o almoço ou na ”volta do dia”, todos podem apreciar o ”corruscuba” com queijo e café e um bom pedaço de ”cubu ”, quitandas tradicionais das famílias dorenses.
Veja a entrevista clicando aqui!