A eventual privatização da Copasa, como planeja o governo de Romeu Zema (Novo), pode colocar nas mãos do setor privado o controle da prestação dos serviços de saneamento de 637 dos 853 municípios mineiros. O número inclui cidades atendidas pela Copanor, subsidiária da companhia que será incluída na negociação caso a venda da estatal seja de fato concluída.
Vale lembrar que, para que a privatização ocorra, ainda é preciso que a Assembleia Legislativa aprove o projeto de lei que autoriza a desestatização. Se concretizada, a privatização pode fazer saltar em 2.769% o número de municípios com atuação do setor privado na gestão dos serviços de água ou esgoto. Isso, porque dados do Panorama da Participação Privada no Saneamento, divulgado pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon) em 2025, apontam que 23 cidades de Minas contam com a atuação privada na gestão desses serviços. Há gestão municipal em algumas cidades.
Se o governo conseguir tirar do papel o plano de desestatização, o futuro comprador assumirá a gestão com 99% de abastecimento de água na área de cobertura. O desafio será avançar o serviço de esgoto. Dados da Copasa apontam que 78,2% da área atendida é contemplada pela coleta e pelo tratamento do esgoto. Quando considerado o número de municípios contemplados pelo serviço, porém, apenas 308 dos 637 contam com atendimento da companhia.
A situação é pior nas regiões Sul e Campo das Vertentes. Por lá, das 214 cidades atendidas com fornecimento de água da Copasa, apenas 20 têm a concessão de esgoto. Se considerada a área de cobertura da estatal nas localidades, o índice da empresa na região é de 63%.
Questionada se o investimento previsto será mantido em caso de privatização, a Copasa respondeu que “este é o maior plano de investimentos da companhia, com vigência até 2029, já aprovado pelo conselho de administração e devidamente comunicado. Entretanto, para que o plano e meta de universalizar o acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário em Minas Gerais aconteça em sua totalidade, serão necessários mais investimentos para atender à exigência de universalização, mesmo após a privatização.”
Informação O TEMPO

