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possibilidade de privatização da Copasa assombra consumidores e servidores da estatal, que temem alta de tarifas, precarização dos serviços e demissões em massa. No entanto, nem todas as cidades mineiras têm os serviços de água e esgoto prestados pela companhia. Dos 853 municípios, 637 são atendidos pela Copasa, 23 têm gestão privada dos serviços, e em 193 as próprias prefeituras comandam o saneamento.

É o caso de Dores de Campos, cidade vizinha de Barroso, com cerca de 10 mil habitantes e que a Prefeitura é a responsável pela água. Com um valor simbólico de cerca de R$5 mensal, os dorenses, que não têm Copasa, assim como os barrosenses, convivem com a incerteza e um problema crônico no município: a falta de água.

“Aqui vira e mexe é isso, falta de água nos momentos que mais precisamos”, diz uma moradora do Bairro Paloma, um dos bairros que mais faltam água na cidade de Dores de Campos. Apesar do valor irrisório, de acordo com o Portal Dores de Campos, apenas 30% da população pagou a taxa de água no ano de 2024. Além da reclamação de moradores de diversos pontos da cidade, a falta de água também é um duelo entre legislativo e executivo no município vizinho.

Por outro lado, Barroso, com cerca de 20 mil habitantes, com Copasa instalada há quase 30 anos, desde 1997, também vive um dilema de falta de água e da qualidade da água na cidade. “É um absurdo essa água com cor de barro”, diz um morador do Bairro Alonso. Já um outro, da parte alta da cidade reclama da falta de água. “A gente paga a água e não tem”, relata.

No município, servidores da empresa temem demissão em massa e já manifestaram repúdio a privatização. “Sabemos que precisa melhorar, mas sem a Copasa não tenham dúvida que a situação ficaria pior”, diz um funcionário da empresa que prefere não se identificar.

Em pesquisa recente, a maioria das pessoas reprovaram a privatização da Copasa, o grande dilema é que uma mudança na Constituição tirou a necessidade de referendo (opinião popular) e a empresa deve ser privatizada mesmo contra a vontade do povo.

Enfim, diante das situações adversas e distintas, o certo é que ter ou não ter Copasa, não significa garantia da qualidade de serviço nas cidades. Como forma de informação, só para se ter uma ideia das diferenças, a arrecadação de Dores de Campos representa apenas 1% do que a Copasa arrecada em Barroso, estima-se R$6 milhões em arrecadação em 2024, o que não é garantia nenhuma de um bom serviço.

 

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