Compartilhe:

Neste domingo, dia 26 de abril de 2020, completa seis anos da maior tragédia da história de Barroso: a Tragédia da Rua Viena, como ficou conhecida. Quando o relógio bater 9h da manhã será difícil não lembrar daquelas cinco crianças que morreram no Bairro Jardim Europa. A cidade ficou em estado de choque.

Rafaela Camile Guimarães Martins, de 5 anos, Ketlen Larissa Guimarães, de 3 anos, David Júnior Guimarães, de 1 ano e seis meses e os irmãos Beatriz Vitória Guimarães Pinto, de 2 anos e Gustavo Henrique Celestino Pinto Guimarães, de 1 ano e seis meses, foram as vítimas do ocorrido, que até hoje causa comoção e revolta na população barrosense.

Naquela manhã de sábado, 26 de abril de 2014, uma casa que fica na Rua Viena amanheceu pegando fogo. Muita fumaça entre as portas e as janelas que estavam travadas. Vizinhos e parentes tentaram adentrar a residência, os Bombeiros foram acionados, mas tudo foi muito tarde diante da negligência dos responsáveis que estavam na casa.

Resultado: a maior tragédia da história de Barroso. Nunca mais o município respirou aliviado em um dia 26 de abril, data que jamais será esquecida.

DECISÃO DA JUSTIÇA

Três anos depois, em 2017, saiu a conclusão do processo judicial que condenou Amanda Francisca Guimarães, mãe de duas das cinco crianças envolvidas na tragédia. De acordo com a sentença da Doutora, agora ex-Juíza da Comarca de Barroso, Valéria Possa Dornellas, Amanda foi condenada, em maio de 2016, a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto pelo crime de incêndio culposo qualificado pela morte. Porém, com a apelação da defesa, a sentença foi convertida em serviços à comunidade e prestação pecuniária.

No resultado do inquérito feito pela Polícia Civil, através do Delegado Alexsander Soarez Diniz, hoje delegado regional, houve negligência por parte da maior de idade Amanda. Ainda de acordo com o documento, enviado cinco meses depois do ocorrido ao Ministério Público de Barroso, uma brincadeira com fósforo, que começou na sala, teria sido o motivo do incêndio.

O inquérito também mostra que as crianças estavam sozinhas e que a porta da sala e as janelas da casa estavam empenadas, o que teria dificultado a tentativa de fuga. Portanto, as crianças teriam corrido para o quarto onde morreram asfixiadas. Também de acordo com a conclusão, estavam na casa dois adolescentes e uma jovem. Eles não foram julgados.

A DOR DO PAI

Se para algumas pessoas notícias como a de hoje incomodam, para alguns trazem reflexão. É o caso do dorense Luciano Martins, pai de Rafaela, que chegou a ser socorrida com vida e transferida no helicóptero do SAMU para o Hospital João XXIII em Belo Horizonte, mas não suportou e morreu.

Durante cerca de 30 minutos, seis anos depois, Luciano conta que não tem um dia que não se lembre da filha. Ele também relembra aquele 26 de abril e fala da justiça brasileira, que segundo ele, são para poucos. Assista:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *