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Tenho saudade da quadrilha do Guede, do forró do Alonso, daquelas festas típicas que combinam com o frio da nossa cidade. Mesmo sem gostar do ritmo, da dança, confesso que tenho saudades daquele tempo que também era frio como hoje, mas as pessoas eram mais quentes, mais amorosas e muito mais puras, verdadeiras, genuínas. Não se discutia por qualquer coisa, não se enfiava político em tudo e não existia essa ignorância enraizada da tal direita e tal esquerda. Parece que todos eram de centro, do centro da conversa, do entendimento, do centro do bom senso. Pode ser apenas uma sensação, mas não existia essa intolerância atual cravada de ódio e falta de paciência desde a fila do pão até à conversa com os filhos na mesa.

Os tempos são outros! É o que mais ouvimos. E é verdade: não se volta naquele tempo, não se volta para aquela época, não existe mais aquela pureza do ser humano, mas a saudade também não vai embora, arrasa e rasga o peito toda vez que o frio bate e nos faz lembrar daquele tempo, daquela Barroso, da quadrilha, do forró, enfim, daquele tempo em que talvez tudo era mais simples e muito mais valorizado. Valor à família, à calça nova, que nem era nova, ao amigo que te esperava na esquina, ao abraço, à palavra de carinho, um valor que se perdeu pelas esquinas do pavor e na briga constante para aparecer e mostrar quem é melhor do que quem. Saudade daquele junho, das pessoas daquele junho! Saudades!

por Bruno Ferreira

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